MULHERES NO ESPORTE: INVESTIGAÇÃO DA PRODUÇÃO CIENTÍFICA BRASILEIRA – ARTIGOS – SOBRE PSICOLOGIA DO ESPORTE (1965 – 2020)
Giulia Cândido Bruno, Mônica Helena Tieppo Alves Gianfaldoni, Denize Rosana Rubano
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. São Paulo, Brasil
Resumo
A Psicologia do Esporte é um campo de atuação e de pesquisa recente, que ganhou espaço na última década, voltado mais para o esporte de alto rendimento e ligado às grandes competições esportivas. Com a evolução dos estudos sobre a influência da prática esportiva na sociedade e na qualidade de vida dos praticantes, outros aspectos e áreas foram considerados. Assim, esta pesquisa teve como objetivo atualizar e ampliar a busca e os dados já disponíveis dos artigos sobre Psicologia do Esporte, selecionando-os a partir de publicações em periódicos nacionais e disponibilizados on-line a partir de 1965 até 2020. Outro objetivo foi buscar na literatura em Psicologia do Esporte a longamente relegada participação feminina. Foram recolhidos e analisados 183 artigos. Os resultados indicam aumento das publicações de Psicologia do Esporte a partir do início deste século e o esporte de alto rendimento ainda corresponde à maioria das pesquisas. Em referência às mulheres, 76 artigos foram encontrados, nos quais o esporte específico com mais estudos foi o voleibol. A maioria desses artigos tem mulheres em sua autoria, mas não tratam do feminismo e poucos salientam a historicidade das diferenças dos gêneros e muitas vezes naturalizam estereótipos.
Palavras-chave: Psicologia do Esporte. Mulher no Esporte. Análise do Comportamento.
Abstract
The Sport Psychology is a recent area of work and research, which has gained space in the last decade, geared more towards high-performance sports and linked to major sports competitions. With the evolution of studies about the influence of the sportive practice for the society and the practitioner’s life quality, other aspects and areas were considered. The research area’s expansion indicates the importance of reviewing the literature already produced. Thus, this research aimed to update and expand the research and data already available for articles about sport psychology, from a selection of articles published in national journals and made available online from 1965 to 2020. Another objective was research in literature about sports psychology the long relegated female participation. Finally, the last objective was to qualitatively analyze the articles that have a theoretical basis in Behavior Analysis. 183 articles were collected and analyzed. The results indicate an increase of Sport Psychology publications from the xxi Century’s beginning and the high-performance sports still correspond to most studies. In reference to women, 76 articles were found, in which the specific sport with the most studies was volleyball. Most of these articles have women in their authorship, but they do not deal with feminism and few of them points the historicity of gender’s differences and frequently naturalize stereotypes. The same occurs with the six articles on sport located with the theoretical framework of Behavior Analysis which did not focus on women, although 14 out of 18 authors are.
Key words: Sport Psychology, woman in sport, Behavior Analysis
Resumen
La Psicología del Deporte es un campo de actuación y de investigación reciente, que ganó espacio en la última década, más centrado en el deporte de alto rendimiento y vinculado a las grandes competiciones deportivas. Con la evolución de los estudios sobre la influencia de la práctica deportiva en la sociedad y en la cualidad de vida de los practicantes, otros aspectos y áreas fueron considerados. La expansión del área de investigación indica la importancia de revisar la literatura ya producida. Así, esta investigación tuvo como objetivo actualizar y ampliar la búsqueda y los datos ya disponibles para artículos sobre Psicología del Deporte, a partir de una selección de artículos publicados en revistas nacionales y disponibles en línea desde 1965 hasta 2020. Otro objetivo fue buscar en la literatura sobre Psicología del Deporte la participación femenina muy descuidada. El último objetivo fue analizar cualitativamente los trabajos que tienen una base teórica en Análisis del Comportamiento. Se recopilaron y analizaron 183 artículos. Los resultados indican aumento de publicaciones de Psicología del Deporte desde el inicio del siglo y el deporte de alto rendimiento todavía corresponde a la mayoría de las investigaciones. En referencia a las mujeres, se encontraron 76 artículos, en el cual el deporte especifico con más trabajos fue el vóleibol. La mayoría de estos artículos tienen mujeres en la paternidad literaria, pero no abordan el feminismo y pocos destacan la historicidad de las diferencias de género y, muchas veces, naturalizan los estereotipos. Lo mismo ocurre con los seis artículos sobre deporte localizados con el referente teórico del Análisis del Comportamiento que no se centran en las mujeres, aunque 14 de los 18 autores lo son.
Palabras-clave: Psicología del Deporte, mujer en el deporte, Análisis del Comportamiento
- Introdução
O acelerado processo de produção e divulgação de informações evidenciou a necessidade de pesquisas que possibilitassem a sua organização criteriosa e eficiente, de modo a evitar o risco indicado por Moreira (2004) de que a “explosão de informação” degenerasse em uma “explosão da ignorância” (p. 21). Uma revisão da literatura, iniciada por uma pesquisa bibliográfica, tem relevante papel na exploração de um tema e na identificação das variáveis que vêm sendo investigadas, das metodologias empregadas e dos resultados obtidos, podendo estabelecer vínculos entre conhecimentos já produzidos.
Há, para Moreira (2004), dois papéis interligados da revisão de literatura: sua função histórica, já que se constitui em parte integral do desenvolvimento da ciência; e sua função de atualização, por fornecer aos profissionais, de qualquer área, informação sobre o desenvolvimento corrente da ciência e sua literatura. O extenso banco de informações produzido nesta pesquisa permite aprofundar estudos tecendo diferentes caminhos para a Psicologia do Esporte, neste artigo o foco é nas mulheres.
1.1 Psicologia do esporte
Rubio (2004) indicava que é possível considerar o esporte como um dos maiores fenômenos sociais do século xx. Se o esporte se constituiu desta forma no século passado, certamente houve, ao menos, um agudo crescimento dos tipos de esportes e de sua divulgação neste início de século xxi. Além disso, a abordagem do tema é claramente inter/multidisciplinar constituindo um largo campo chamado de Ciências do Esporte. Como lembra a autora, a Psicologia é uma das subáreas desse campo, ao lado da Antropologia, Filosofia, Sociologia do Esporte, Medicina, Fisiologia e Biomecânica do Esporte.
Do mesmo modo que a Psicologia, um conhecimento construído desde a Antiguidade e reconhecido a partir do final do século xix, a Psicologia do Esporte pode ter seu início identificado com Platão e Aristóteles (na Grécia Antiga) e seus primeiros estudos identificados como dessa área datam, também, do final do século xix e início do século xx.
Em 1898, Frances Kellor, provavelmente uma das primeiras mulheres a realizar estudos envolvendo a Psicologia e o Esporte, publicou A Psychological basis for Physical Culture. Segundo Sicherman, Green, Kantrow e Walker (1980), Kellor valorizava o benefício trazido pela educação do físico para se ter uma mente forte, convicta de que fatores ambientais poderiam ter uma conexão causal com mazelas sociais, também estudadas por ela. Interessava-se por questões relacionadas à mulher e, em coautoria com Gertrude Dudley, lançou o livro Atheletic Games in the Education of Womem em 1908. Em uma resenha desse livro feita por Gulick (1909) fica evidente a defesa das autoras da importância de as mulheres participarem de diferentes esportes para que desenvolvessem qualidades importantes para seres humanos no trabalho em equipe, no companheirismo entre humanos, tais como, a promoção do autocontrole, responsabilidade, coragem, cooperação, disciplina, lealdade, fair play, que, portanto, não deveriam ser privilégios masculinos.
A base científica, de uma área não consolidada como a Psicologia, estava sendo construída. Riba (2005) assinala que os primeiros laboratórios de Psicologia do Esporte foram criados no ano de 1925: um em Moscou por Piotr Roudik, Moscow State Central Institute of Physical Culture, outro na Universidade de Illinois por Coleman Griffith. Ambos os laboratórios fizeram uma série de experimentos sobre a relação educação do corpo e processos psicológicos, além de desenvolverem instrumentos mais precisos de medição.
Segundo Figueiredo (2000), o marco a partir do qual a área se torna independente foi o primeiro Congresso Mundial de Psicologia do Esporte e a criação da Sociedade Internacional de Psicologia do Esporte (ISSP), em Roma, 1965. Conforme Weinberg e Gould (2008) nos anos que se seguiram houve a expansão de pesquisas experimentais e uma consolidação da área com congressos e publicações. O grande interesse se dá por questões aplicadas, como campo para pesquisadores e profissionais. O treinamento assume uma característica mais multidisciplinar. Em 1980, o Comitê Olímpico dos Estados Unidos cria o conselho Consultor de Psicologia do Esporte e, em 1985, emprega o primeiro psicólogo do esporte em tempo integral. Em 1986, é publicado o primeiro periódico aplicado, The Sport Psychologyst. Ainda nesse ano foi criada a Association for Applied Sport Psychology (AASP). Prova de que a área se desenvolvia é que no ano seguinte foi criada a divisão 47, de Psicologia do Esporte, na American Psychology Association (APA); o Journal of Applied Sport Psychology foi criado em 1989 e, em 1991, a AASP estabelece o credenciamento de psicólogos como consultores registrados.
No Brasil, a Psicologia como profissão foi reconhecida em agosto de 1962 após um longo caminho durante o século xx em que se estabelecia o confronto/contribuição com a Medicina, Educação e a área Industrial. Carvalhaes foi o primeiro profissional que trabalhou com psicologia em esporte. A partir da década de 1950 trabalhou com juízes de futebol e em clubes como o São Paulo e na seleção brasileira de futebol em 1958, ano do primeiro título de copa do mundo. Em 1959 apresentou em um Congresso de Psicologia no Rio de Janeiro uma pesquisa intitulada “Experimentações Psicológicas no Esporte”. Continuando suas investigações e atuação profissional, apresentou no II Congresso Internacional de Psicologia do Esporte em Washington (1968) o estudo “Correlações entre o estado psicológico e o rendimento do atleta de futebol” (Rubio, 2002; Moreti, 2004; Vieira et al., 2010).
Claramente o início no Brasil foi vinculado ao futebol, esporte ainda de maior visibilidade nacional, e o desenvolvimento da área foi lento. Em 1979 foi fundada, na cidade de Porto Alegre no Rio Grande do Sul, a Sociedade Brasileira de Psicologia do Esporte (SOBRAPE). Em 2001, ao lado de outras 14 especialidades, foi criado o título/registro de especialista em Psicologia do Esporte pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP), o que pode indicar um reconhecimento ao desenvolvimento da área e ao trabalho realizado pelos profissionais da psicologia que se dedicam ao esporte (Cillo, 2002; Rubio, 2002). Na esteira dessa expansão, a Associação Brasileira de Psicologia do Esporte (ABRAPESP) foi fundada em 2003, com a tarefa de promover discussões e estudos sobre essa área de conhecimento.
1.1.1 Campos de atuação
Botomé e Kubo (2002) identificam a necessidade de que a formação de pessoal de nível superior para atuar na universidade ou fora dela deva se traduzir em atuações profissionais significativas respaldadas pelo conhecimento científico atual e de boa qualidade. Descrevem que a formação para a atuação do profissional deve ir para além do que o mercado de trabalho solicita, das demandas das empresas. Deve-se planejar a formação (e aqui considera-se a área da Psicologia do Esporte uma área em formação) considerando campos de atuação e, ainda, áreas de conhecimento, formar para que os profissionais construam campos de atuação diferenciados, que partam dos problemas e necessidades sociais e possam intervir sobre um determinado fenômeno a partir da função das atividades. Além disso, deve-se organizar o conhecimento existente em áreas de conhecimento de forma a buscar respostas aos problemas, produzindo conhecimento e tornando-o acessível.
Se no início a Psicologia do Esporte, no Brasil, era voltada para o campo das grandes competições esportivas, como o futebol por exemplo, o que indicava atender ao mercado, com a evolução dos estudos sobre a influência da prática esportiva na sociedade e na qualidade de vida dos praticantes, outros aspectos e áreas passaram a ser considerados. Para Rubio (1999), a Psicologia do Esporte mudou seu foco, estudando ocasiões em que está em questão “[...] motivação, personalidade, agressão e violência, liderança, dinâmica de grupo, bem-estar de atletas caracterizando-se como um espaço onde o enfoque social, educacional e clínico se complementam.” (p. 60)
Se, tradicionalmente, os campos de atuação se restringiriam a clínica educacional, conforme Rubio (1999), Weinberg e Gould (2008) trazem outras três possibilidades: atuar na construção de conhecimento como pesquisador; preparar estudantes e futuros profissionais por meio do ensino; e intervir em situações concretas ao realizar diagnósticos e avaliações. O trabalho ainda pode ser feito em parceria com outros profissionais, em forma de consultoria, entre outras opções. Assim, como se pode caracterizar o campo de atuação do psicólogo do esporte?
Rubio (1999) resume a proposta de Samulski (1992). O trabalho do profissional seria o de adaptar cada programa de treinamento para a necessidade específica de cada atleta e/ou estudante e/ou lesionados e/ou praticante de atividade física em quatro campos de aplicação: esporte de [alto] rendimento; esporte escolar; esporte recreativo; e esporte de reabilitação. Os campos de atuação revelam a amplitude do trabalho do psicólogo do esporte e a Análise do Comportamento, como fundamento teórico e como prática, pode contribuir para analisar o que tem sido feito para melhorar a qualidade de vida dos praticantes de esportes em quaisquer de suas aplicações, e aqui com foco nas mulheres envolvidas em práticas esportivas.
1.2 Esporte, mulheres e a produção de conhecimento
Riba (2005) mostra que as mulheres, em diversos países, iniciaram a prática esportiva no decorrer do século xix. Porém, o relato feito sobre o modo como isto se desenvolveu explicita a diferenciação entre os sexos e a construção do poder hegemônico dos homens, “redefinição da masculinidade através da agressividade, competitividade, fisicalidade e coragem.” (p. 83). Citando Gorn (1997), Riba (2005) informa que as mulheres só participavam de atividades que fossem sancionadas socialmente, tais como, tiro com arco e cavalgada, “concebidas para garantir o controle dos homens sobre o corpo feminino e o ideal social de feminilidade.” (p. 83).
No Brasil, segundo Goellner (2005), as mulheres, também, inseriram-se no esporte no decorrer do século xix, porém a prática e a visibilidade ampliaram-se somente nas primeiras décadas do século xx. Com o crescimento das cidades, o esporte virou, após alguns anos, parte do cotidiano urbano, o que incentivou e aumentou também a participação das mulheres de menor poder aquisitivo. Tais avanços foram socialmente representados como uma ameaça à maternidade e à família brasileira, além dos supostos riscos à saúde e à feminilidade da mulher.
Di Pierro (2007) destaca o Decreto-Lei 3.199 de Getúlio Vargas que esteve em vigor no período entre 1941 e 1975. Tal decreto estabelecia as bases da organização esportiva no país e incluía um artigo que proibia a prática de esportes “incompatíveis” com as condições naturais das mulheres, dentre estes estavam incluídos: lutas, salto com vara e até mesmo o futebol de campo.
Apesar disso, até mesmo durante a época de vigência do decreto, algumas mulheres ainda praticavam esportes, burlando a regulamentação e o discurso hegemônico, por parte da sociedade, de que às mulheres estava reservado o âmbito do cuidado doméstico e que o esporte representava os valores masculinos e punha em perigo as características que constituem a feminilidade. A ampliação da prática esportiva alcançou também a elas que passaram a realizar algumas competições femininas, possibilitando uma melhora na qualidade das atletas brasileiras e o avanço em competições nacionais e internacionais (Goellner, 2005)
No século xxi, a participação feminina brasileira nos esportes é maior e mais relevante, mas ainda vivemos uma situação de maior precariedade que os homens, cuja participação nas atividades esportivas, clubes, áreas de lazer é consideravelmente maior. Destaca-se também o papel dos meios de comunicação de massa por darem maior destaque para os atletas homens (Goellner, 2005).
O movimento feminista, nas décadas de 1960 e 1970, contribuiu para a produção científica sobre gênero e esporte. Goellner (2012) atribui aos aportes teórico-epistemológicos dos feminismos uma alavanca dessa produção, ao utilizar o gênero como uma categoria analítica.
A contribuição do feminismo, ao afirmar que a hierarquia de gênero no esporte é fruto das condições culturais, sociais e históricas (Goellner, 2012), possibilita a relação entre esses dois campos (feminismo e esporte) e a análise do comportamento. Segundo Couto & Dittrich (2017), tanto o feminismo quanto a análise do comportamento consideram o comportamento humano como fruto de um contexto, o que indica a inexistência de uma essência masculina e feminina. Segundo Silva (2016), este pensamento antiessencialista de Skinner possibilita propor a noção de feminino como histórica e contingente, ao pensá-la como produto dos processos de variação e seleção. Desta forma, é possível aproximar a Análise do Comportamento com aspectos da obra de Simone de Beauvoir, que apresenta como históricas, e não naturais, as diferenças entre homens e mulheres.
Na ciência, a participação das mulheres se assemelha ao esporte, visto que, de acordo com Leta (2003), apesar da participação das mulheres na ciência ter aumentado, não há as mesmas condições oferecidas aos homens, tanto financeiramente quanto socialmente. Como indica Olinto (2011), a segregação de gênero nesta área se dá, principalmente, de duas formas: pela distribuição entre homens e mulheres nas diferentes áreas da ciência, fruto das condições sociais envolvidas na construção do gênero, e pela disparidade de oportunidades no avanço da carreira científica. Assim, existem mais homens em cargos superiores até na área científica.
1.3 Objetivos
Considerando o lugar do esporte como fenômeno social (Rubio 2004), a importância do conhecimento científico no planejamento da formação de nível superior (Botomé & Kubo, 2002) e levantamentos anteriores sobre a produção em Psicologia do Esporte (Santos & Gianfaldoni, 2013; Amaral & Gianfaldoni, 2015), o presente trabalho teve como objetivos:
(1) atualizar e ampliar a busca e os dados dos artigos sobre Psicologia do Esporte, a partir de uma nova seleção de artigos publicados em periódicos nacionais e disponibilizados on-line a partir de 1965 até 2020;
(2) identificar e analisar os artigos que abordavam as mulheres que desenvolvem qualquer atividade relacionada ao esporte em seu conteúdo, seguindo (e testando) o procedimento da pesquisa de Gouvêa, Rubano, Gianfaldoni e Assis (2018) e Tibério, Gianfaldoni, Rubano e Assis (2018).
- Método
2.1 Constituição do corpus
O procedimento de busca de artigos sobre Psicologia e Esporte iniciou com a inserção das palavras truncadas “Psicolog*” and “Esport*” nos portais on-line PEPSIC, SCIELO.ORG, SCIELO.BR e CAPES. Os critérios de coleta determinados para a inclusão de trabalhos para a realização dessa revisão foram: (1) ter uma versão em português; (2) a presença dos termos Psicologia e Esporte (captados de forma truncada “Psicolog*” e “Esport*”], não necessariamente contíguas, no título, resumo, nos descritores ou palavras-chave; (3) ser um artigo – pois, muitos dos resultados encontrados nos portais eletrônicos traziam teses, dissertações, resumo de livros, etc.; (4) ter resumos e textos completos disponíveis on-line na biblioteca virtual visitada.
Todos os artigos selecionados foram arquivados em pasta no computador para que ficassem disponíveis para consulta na íntegra.
2.2 Organização do material
- Atualizou-se o banco de dados com as principais informações bibliográficas de cada artigo (nome do periódico, título, autor, filiação, local, páginas, ano);
- Registraram-se em relação a cada artigo selecionado dados relativos às categorias: palavras-chave contidas no artigo, objetivos apresentados no resumo, resumo, tipo de artigo – ensaio, pesquisa teórica, documental, descritiva, experimental ou quase experimental –, resultado/conclusão descritos no artigo, fundamentação teórica – identificar se se tratava ou não de artigo realizado com base na Análise do Comportamento –, participante, setting/local, instrumento de medida, procedimento, hiperlink e campos de atuação – esporte de alto rendimento, esporte recreativo, esporte de reabilitação, esporte educacional, psicologia como área do conhecimento;
- Destacaram-se, identificando e analisando especialmente, os relatos de pesquisa com foco nas mulheres.
- Resultados e Discussão
Foram encontrados 205 artigos que correspondiam aos critérios determinados inicialmente pelas pesquisadoras para integrar o banco de dados. Porém, em alguns artigos a área da Psicologia do Esporte era abordada de forma periférica, com pouca relevância para a discussão tratada, apesar de conter os termos usados na busca. Dos 205 artigos, 22 foram retirados do banco de dados por esse motivo. O banco de dados definitivo, portanto, contou com 183 artigos de Psicologia do Esporte, o que salienta a ampliação do banco em comparação com o método de busca implementado por Amaral e Gianfaldoni (2015), que contaria com 122 artigos. Apesar disto, não foram encontrados artigos anteriores a 1992, o que exclui, entre outros, o primeiro artigo de psicologia do esporte no Brasil, datado do ano de 1965 e captado por Santos e Gianfaldoni (2013), provavelmente por ter utilizado o portal da biblioteca virtual de saúde (http://www.bvs-psi.org.br), que rastreia artigos publicados em outras bases de dados além das pesquisadas neste trabalho. Além disso, após o fim da coleta, foi observado que o periódico Psicologia Revista, da PUC-SP, apesar de aparecer na relação do portal Scielo.org, tem o link desativado e não se tem acesso a ela, o que caracteriza um desfalque importante nos artigos encontrados.
3.1 Banco de dados de Psicologia do esporte
Ao todo, 183 artigos publicados fizeram parte do banco de dados; estes se distribuíram ao longo do período entre 1992 e 2020 da forma como a Figura 1 mostra:
Figura 1. Frequência acumulada de publicações por ano
O ano de 1992 é o primeiro em que foram localizados artigos segundo os critérios e procedimentos de busca utilizados e é possível observar, por meio da curva, que a partir de 2007 há uma alta taxa de crescimento de publicações encontradas, embora a partir de 2002 exista uma maior constância nestas publicações, que passam a ser anuais. Tal aumento pode ser um reflexo do fato da Psicologia do Esporte tornar-se uma especialidade aprovada pelo Conselho Federal Psicologia, em 2001, o que pode ser, segundo Cillo (2002), um reconhecimento ao desenvolvimento da área. Outro aumento pode ser observado no ano de 2019.
3.1.1 Campos de atuação
Segundo Rubio (2007), a Psicologia do Esporte é comumente associada ao campo de atuação do Esporte de Alto rendimento, ainda que, na realidade, essa área do conhecimento seja muito mais ampla e abranja outros aspectos, não somente o rendimento do atleta. Esta associação, apontada por Rubio, pode ser ratificada pelos resultados obtidos no presente trabalho, visto que, dos artigos encontrados, 118 correspondem ao campo de atuação Esporte de Alto Rendimento (64,48%), o que caracteriza uma dominância deste assunto na área. Já referente à Psicologia como Área do Conhecimento foram encontradas 35 publicações (19,12%), que abrangem desde a discussão de referenciais teóricos da área até a própria validação de instrumentos de pesquisa. Os dados relativos a estas categorias assim como os relativos aos outros campos de atuação encontram-se na tabela a seguir:
Tabela 1. Número de artigos que correspondem a cada campo de atuação
Campo de Atuação |
Número |
Esporte de Alto Rendimento |
118 |
Psicologia como área do conhecimento |
35 |
Esporte Recreativo |
22 |
Esporte Educacional |
7 |
Esporte de Reabilitação |
1 |
As palavras-chave ou descritores foram um dos critérios utilizados para selecionar os artigos que fariam parte do banco e, a partir delas, foi realizada uma contagem das mais utilizadas pelas publicações selecionadas. Das 383 palavras-chave diferentes encontradas nos 183 artigos do banco, as 10 que mais apareceram foram, em ordem de frequência: Psicologia do Esporte; Esporte; Atletas; Futebol; Motivação; Esportes; Psicologia; Educação Física; Atividade Física; Ansiedade e Voleibol, apresentadas quantitativamente no gráfico a seguir:
Figura 2. Número de artigos por palavras-chave
A partir deste gráfico podemos observar que apenas pouco mais de um terço dos artigos apresentam “Psicologia do Esporte” como palavra-chave, cuja ausência entre os descritores poderia dificultar a identificação dos artigos referentes a este tema específico. Apesar disso, é a palavra-chave mais utilizada e, dentre as 10 mais frequentes, ainda temos as palavras Psicologia, Esporte e Esportes que também auxiliam na identificação dos artigos. Além disso, a palavra “motivação” estar entre as palavras-chave mais citadas demonstra o que Rubio (1999) afirma sobre este tema estar no foco da Psicologia do Esporte. A presença das palavras “futebol” e “voleibol” dentre as mais utilizadas indica já o que foi encontrado ao contabilizar quais eram os esportes específicos mais estudados nas publicações.
3.1.2 Tipos de Artigo
Ao nos referirmos aos tipos de artigos selecionados, observamos os números presentes na tabela 2. As pesquisas descritiva, documental e teórica são prevalentes na área, equivalendo a 84,15% dos artigos, enquanto as pesquisas quase-experimentais, experimentais, estudo de caso e ensaio equivalem a 15,85% das publicações encontradas. Tais dados evidenciam uma escassez de pesquisa experimental na área da Psicologia do Esporte (oito artigos), o que parece estar associado ao baixo número de pesquisas na abordagem analítico-comportamental localizadas (apenas seis, das 183) uma vez que o experimento tende a ser uma marca dos trabalhos nesta abordagem.
Tabela 2. Número de publicações que correspondem a cada tipo de artigo
Tipo de Artigo |
Número de publicações |
Pesquisa Descritiva – Levantamento |
55 |
Pesquisa Descritiva – Correlacional |
42 |
Pesquisa Documental |
31 |
Pesquisa Teórica |
26 |
Pesquisa Quase-Experimental |
14 |
Pesquisa Experimental |
8 |
Estudo de Caso |
5 |
Ensaio |
2 |
3.2 As mulheres nos artigos encontrados
3.2.1 Publicações por ano
Do total de artigos localizados foram extraídos aqueles que abordavam mulheres em seu conteúdo. Os artigos selecionados continham no título, nas palavras-chave, no resumo ou nos participantes as palavras: “mulher”, “mulheres”, “feminino”, “feminina”, “menina”, “meninas” ou “ambos os sexos”. A figura 4 apresenta o número destes artigos publicados por ano.
Figura 4. Frequência acumulada de publicações que fazem referência às mulheres por ano
3.2.2 Tipo de participação das mulheres nos artigos
Como se pode notar na Figura 4, as mulheres aparecem como temática ou participantes em menos da metade dos artigos científicos de Psicologia do Esporte. Até 2020 foram encontrados 76 artigos, com uma maior concentração a partir de 2007, o que pode ser explicado pelo aumento no número de publicações sobre Psicologia do Esporte no geral. Ao analisar o tipo de representação que as mulheres têm no conteúdo desses artigos, observamos o resultado ilustrado na figura a seguir:
Figura 5. Número de artigos que apresentam cada tipo de participação das mulheres nos artigos que fazem referência a elas
Dos 76 artigos que fazem referência às mulheres, 12 têm somente mulheres como participantes e 60 têm as mulheres como participantes, mas não de forma exclusiva; dois têm somente a participação de homens, mas citam o “esquema de gênero feminino” para caracterizar determinados padrões comportamentais em homens (Gomes, Sotero, Giavoni & Melo, 2011; Backes, Silva, Melo & Cardoso, 2016) e, por fim, dois são pesquisas documentais que não têm participantes - a de Falcão (2008), que faz uma pesquisa bibliográfica e compara a prevalência de dismorfia muscular em homens e mulheres nos resultados dos artigos encontrados, e a de Quinhones (2019), que numa pesquisa documental analisa discursos apresentados na mídia sobre uma atleta trans de voleibol.
3.2.3 Autores
Ao atentar aos autores, é possível perceber que as mulheres estão na autoria de 56 dos 76 artigos que abordavam mulheres, dos quais 11 são de autoria exclusivamente feminina. Segundo Olinto (2011), observa-se que as mulheres em carreira de pesquisa na área da saúde são maior número e, apesar de disso, quanto maior o nível acadêmico da pesquisa, o número de homens bolsistas se sobressai em relação às mulheres, o que indica a interferência de fatores culturais para a dificuldade de mulheres subirem na hierarquia acadêmica. Apesar disso, grande parte dos artigos encontrados foram escritos por mulheres. Ainda diante deste cenário, constata-se que os artigos que mencionam as mulheres correspondem a menos da metade do total de artigos encontrados, mais precisamente 46,5%. O número reduzido de pesquisas na área da Psicologia do Esporte sobre mulheres pode ser explicado por ainda existirem resquícios do discurso de que a prática esportiva é parte do universo masculino e “prejudicial à feminilidade” ou, ainda, pelo fato de os homens predominarem na maior parte das modalidades esportivas.
3.2.4 Modalidades esportivas
Os artigos sobre mulheres fazem referência principalmente a todos os esportes, ao voleibol, à natação e ao handebol. A Figura 6 mostra a concentração dos artigos sobre mulheres entre os esportes mais mencionados.
Figura 6. Número de publicações sobre mulheres segundo cada tipo de esporte.
Se compararmos, ainda, este resultado com o número de total artigos encontrados, observamos que 75% dos artigos sobre voleibol são sobre mulheres, dado que se diferencia marcantemente da situação do futebol de campo, por exemplo, que é o esporte mais mencionado (28 vezes) entre os 183 artigos, mas, nos artigos referentes às mulheres ele aparece apenas 7 vezes. Tal fator pode estar relacionado com o fato de que determinadas modalidades esportivas, como o futebol, são mais marcadamente associadas à masculinidade, como descrito em Goellner (2005) e Di Pierro (2007).
3.2.5 Naturalização dos estereótipos de gênero
Dos artigos que fazem referência às mulheres, nenhum utiliza o termo feminismo. Apesar disso, 16 artigos mencionam a historicidade das diferenças entre os gêneros e a relacionam com a introdução ou os resultados obtidos nas pesquisas. É mencionado por David, et al. (2009), em seu artigo, inclusive, o reduzido número de pesquisas sobre mulheres no esporte, o que também se observou no presente trabalho.
Alguns artigos apresentam dados sobre os comportamentos que prevalecem ou que são ausentes nas mulheres, sem mencionar quais variáveis presentes em suas histórias de vida contribuem para a manutenção destes comportamentos. Dos 27 artigos encontrados que fazem comparação entre homens e mulheres, apenas 8 mencionam pelo menos algum aspecto histórico ou cultural das relações de gênero. Portanto, as publicações que não mencionam contribuem para a naturalização dos estereótipos de gênero no esporte.
Exemplo desta naturalização de estereótipos de gênero, o artigo “Qualidade do Relacionamento Treinador-Atleta e Orientação às Metas como Preditores de Desempenho Esportivo” de Cheuckzuk, et al. (2016) menciona a entrevista de um treinador como forma de exemplificar um motivo pelo qual as mulheres apresentam maior dificuldade de se aproximar de seus técnicos. O motivo apresentado é que o treinador não conseguia equilibrar a cobrança com as reações emocionais das atletas, além da menção às fases fisiológicas como a tensão pré-menstrual. Não há referências à historicidade do comportamento emocional, o que contribui para a naturalização da ideia de que mulheres são muito emotivas e para a manutenção de estereótipos e distanciamento das mulheres de certas atividades ditas “masculinas”.
A falta de explicações com base nos fatores históricos e ontológicos para os comportamentos ditos “femininos” podem ser observadas, como exemplo, também nos artigos: “Futsal masculino e feminino: a comparação motivacional no município de Rebouças-PR”, de Diego Andrade de Paula e Silva e Paulo Roberto Machinski (2011), que apresenta os resultados de que as mulheres buscam, através do esporte, status e aceitação na sociedade, mas não mencionam o porquê desta busca e os obstáculos enfrentados pelas mulheres neste meio; e pelo artigo “Influência de fatores afetivos, antropométricos e sociodemográficos sobre o comportamento alimentar em jovens atletas” de Fortes, Oliveira e Ferreira (2012), que defende que o comportamento alimentar inadequado nas mulheres é influenciado, basicamente, pela insatisfação corporal, mas não discute os motivos sociais pelos quais as mulheres estão insatisfeitas com o próprio corpo, naturalizando tal comportamento.
A expansão da Psicologia do Esporte é notável pelo crescimento das pesquisas na área, mas é importante marcar que essa expansão deveria acompanhar as questões de gênero, o que se acredita auxiliar o desenvolvimento das mulheres no esporte, em suas diversas funções. Nos resultados obtidos, nota-se que menos da metade dos artigos abordam as mulheres, destes ainda menos discutem a questão feminina na relação com o esporte e a historicidade das relações de gênero, o que colocaria em pauta o tema das dificuldades ainda vividas pelas mulheres nesse âmbito e poderia ampliar as possibilidades de seu desenvolvimento.
- Considerações finais
Esta pesquisa buscou atualizar e ampliar o banco de dados de artigos publicados em periódicos nacionais e disponibilizados on-line a partir de 1965 até 2018, identificar os artigos que apresentam como objeto de pesquisa mulheres que desenvolvem qualquer atividade relacionada ao esporte e analisar, de forma qualitativa, os trabalhos que possuem a fundamentação teórica em Análise do Comportamento.
O cumprimento do primeiro objetivo possibilitou a elaboração do banco de dados composto por 183 artigos, atualizado e ampliado em relação aos trabalhos anteriores que constituíram bancos semelhantes. Foi possível ter um alcance maior pela alteração dos sites buscados e pela “truncagem” dos termos.
Quanto às pesquisas sobre mulheres, notou-se uma escassez sobre o tema. Outro aspecto relevante foi que, apesar de abordar o tema mulheres no esporte, os artigos não discutem a questão feminina e, em grande parte, naturalizam estereótipos de gênero que contribuem para a marginalização das mulheres nessa área.
Foram encontrados seis artigos de Análise do Comportamento. Tais artigos tinham em sua maioria autoras mulheres, mas as mulheres não eram pautadas nas pesquisas, o que dificulta o avanço desta discussão na Psicologia do Esporte. Além disso, é possível notar que o acesso aos artigos desta área fica muito restrito aos pesquisadores analistas do comportamento, já que divulgados em publicações específicas da abordagem, o que revela a escassa contribuição prática para a Psicologia do Esporte. Salienta-se, por fim, a importância de os artigos pautarem as mulheres como sujeitos e objetos de pesquisa na Psicologia do Esporte, visando a evolução dos esportes femininos.
Referencias bibliográficas
AMARAL, S. do, & GIANFALDONI, M. H. T. A. (2015). Campos de atuação e área de conhecimento da Psicologia do Esporte: investigação da produção científica nacional –artigos - da área da psicologia (1965 – 2014). (Iniciação Científica). Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil.
BACKES, K. M., SILVA, W. R., MELO, G. F., & CARDOSO, F. L. (2016) Esquemas de gênero e perfil idiocêntrico e alocêntrico dos lutadores de jiu-jitsu de Chapecó-SC. Cinergis, 17(3), 226-230. doi: 10.17058/cinergis.v17i3.7832
BOTOMÉ, S. P, &; KUBO, O. M. (2002). Responsabilidade social dos programas de Pós-graduação e formação de novos cientistas e professores de nível superior. Interação em Psicologia, 6(1), 81- 110. doi: 10.5380/psi.v6i1.3196
CILLO, E. N. P. (2002). Psicologia do Esporte: conceitos aplicados a partir da Análise do Comportamento. In: A. M. S., TEIXEIRA (Ed.). Ciência do Comportamento: conhecer e avançar. (pp. 118-130) Santo André: ESETec.
CONSELHO Federal de Psicologia. Resolução 13/2007. Psicólogo especialista em Psicologia do Esporte. Recuperado de: http://www.crpsp.org.br/portal/orientacao/titulo/fr_titulo_psi_esporte.aspx
COUTO, A. G., & DITTRICH, A. (2017). Feminismo e análise do comportamento: caminhos para o diálogo. Perspectivas em Análise do Comportamento, 8(2), 147-158. doi: 10.18761/PAC.2016.047
DAVID, A. M., BELLA, Z. J., BERENSTEIN, E., LOPES, A. C., & VAISBERG, M. (2009). Incidência da síndrome pré-menstrual na prática de esportes. Revista Brasileira de Medicina do Esporte. Niterói, 15(5), 330-333. doi: 10.1590/S1517-86922009000600001
DI PIERRO, C. (2007). Mulher e Esporte: Uma perspectiva de compreensão dos desafios do Ironman. Revista Brasileira de Psicologia do Esporte. 1(1), 1-22. Recuperado de http://pepsic.bvsalud.org/pdf/rbpe/v1n1/v1n1a03.pdf
FALCÃO, Rodrigo Scialfa. (2008) Interfaces entre dismorfia muscular e psicologia esportiva. Revista Brasileira de Psicologia do Esporte, São Paulo, 2(1), 1-21 v. 2, n. 1, p. 01-21. Recuperado de http://pepsic.bvsalud.org/pdf/rbpe/v2n1/v1n2a05.pdf
FIGUEIREDO, S. H. (2000). Psicologia do Esporte: analisando o comportamento. In: R. KERBAUY. (Org.). Sobre comportamento e cognição: Conceitos, pesquisa e aplicação, a ênfase no ensinar, na emoção e no questionamento clínico. (pp. 117-119). Santo André: ESETec,
FORTES, L. S., OLIVEIRA, F. G., & FERREIRA, M. E. C. Influência de fatores afetivos, antropométricos e sociodemográficos sobre o comportamento alimentar em jovens atletas. Jornal Brasileiro de Psiquiatria. 61(3), 148-153. doi: 10.1590/S0047-20852012000300005
GOELLNER, S. V. (2005). Mulher e esporte no Brasil: entre incentivos e interdições elas fazem história. Pensar a prática. 8(1), 85-100. doi: 10.5216/rpp.v8i1.106
GOELLNER, S. V. (2012). Gênero e esporte na historiografia brasileira: balanços e potencialidades. Revista Tempo, 19(34), 45-52. doi: 10.5533/TEM-1980-542X-2013173405
GOMES, S. A., SOTERO, R. C., GIAVONI, A., & MELO, G. F. (2011) Avaliação da composição corporal e dos níveis de aptidão física de atletas de futsal classificados segundo a tipologia dos esquemas de gênero. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, 17(3), 156-160. doi: 10.1590/S1517-86922011000300001
GULICK, L. H. (1909) Athletic Games in the Education of Women. Science. 30(Issue 759), 92. doi: 10.1126/science.30.759.92
LETA, J. (2003). As mulheres na ciência brasileira: crescimento, contrastes e um perfil de sucesso. Estudos Avançados. 17(49), 271-284. doi: 10.1590/S0103-40142003000300016
MOREIRA, Walter. (2004). Revisão de literatura e desenvolvimento científico: conceitos e estratégias para confecção. Lorena, Janus, ano 1, n.1, 2 sem.2004, 19-30.
OLINTO, Gilda. (2011). A inclusão das mulheres nas carreiras de ciência e tecnologia no Brasil. Inclusão Social, 5(1), 68-77. Recuperado de http://revista.ibict.br/inclusao/article/view/1667
QUINHONES, D. G., CID, A. V. C., & TRENTO, Y. L. (2019) A Transgeneridade como Resistência a uma Lógica Totalitária: Uma Leitura a partir da Teoria do Self Gestáltico. Psicologia: Ciência e Profissão. 39(spe3) e228567. doi: /10.1590/1982-3703003228567
RIBA, T. V. (2005) Applied Sport Psychology: Unearthing and Contextualizing a Dual Genealogy. (Tese de Doutorado), University of Tennessee, Knoxville, Tenesse, Estados Unidos da América. Recuperado de https://trace.tennessee.edu/utk_graddiss/2330
RUBIO, K. (1999). A Psicologia do Esporte: histórico e áreas de atuação e pesquisa. Psicologia: ciência e profissão. 19(3), 60-69. doi: 10.1590/S1414-98931999000300007
RUBIO, K. (2007). Da psicologia do esporte que temos à psicologia do esporte que queremos. Revista Brasileira de Psicologia do Esporte. 1(1), 01-13 Recuperado de http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1981-91452007000100007&lng=pt&nrm=iso
RUBIO, K. (2004). Rendimento esportivo ou rendimento humano? O que busca a da Psicologia do Esporte? Psicologia para América Latina. 1(1), 01-13. Recuperado de https://psibr.com.br/colunas/leituras/psicologia-do-esporte/rendimento-esportivo-ou-rendimento-humano-o-que-busca-a-da-psicologia-do-esporte
SANTOS, A. S., & GIANFALDONI, M. H. T. A. (2013). Psicologia do Esporte: produção científica em periódicos nacionais da área da psicologia (1965 – 2012). (Trabalho de conclusão de curso). Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil.
SILVA, E. C., & LAURENTI, C. B. F. (2016). Skinner e Simone de Beauvoir: “a mulher” à luz do modelo de seleção pelas consequências. Perspectivas em Análise do Comportamento, 7(2), 197-211. doi: 10.18761/pac.2016.009
TIBÉRIO, S. F., GIANFALDONI, M. H. T. A., RUBANO, D. R., & ASSIS, F. R. P. (2018). Análise dos artigos científicos sobre variáveis de sucesso escolar e a Educação Básica, publicados em periódicos nacionais da área da Educação e Psicologia sob a ótica da Análise do Comportamento: foco nas Relações estabelecidas na Comunidade Escolar. (Iniciação Científica) Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil.
VIEIRA, L. F., VISSOCI, J. R. N., OLIVEIRA, L. P., & VIEIRA, J. L. L. (2010). Psicologia do Esporte: uma área emergente da psicologia. Psicologia em estudo. 15(2), 391-399. Recuperado de https://www.scielo.br/pdf/pe/v15n2/a18v15n2.pdf
WEINBERG, R. S., & GOULD, D. (2008). Fundamentos da Psicologia do Esporte e do exercício. Porto Alegre: ArtMed.