PUBLICAÇÃO NA INTERNET DE FOTOGRAFIAS E VÍDEOS DE PESSOAS ENVOLVIDAS EM ACIDENTES OU TRAGÉDIAS: CONSIDERAÇÕES PSICANALÍTICAS

Eusiana Alves
Centro Universitário Uninassau

Cleber Lizardo de Assis
Núcleo Psicanalítico – NUPSIA

Resumo

O presente artigo tem como objetivo verificar as motivações e os possíveis ganhos seja estes do tipo conscientes e inconscientes que as pessoas têm ao realizarem publicações na internet de fotografias e vídeos de pessoas envolvidas em acidentes ou tragédias. Sendo de cunho exploratória e qualitativa, com um total de 06 sujeitos, sendo 3 homens e 3 mulheres, entre 25 e 57 anos de idade. Os resultados obtidos demonstram que todos os participantes já realizaram postagens com essa temática, ficando evidente que os tipos mais frequentes estão relacionados a acidentes de trânsito e as motivações para tal ato é chamar a atenção e levar informação as pessoas. Os sentimentos relacionados às postagens aparecem de forma ambivalente, estando relacionados a demandas conscientes e inconscientes, logo, não se dão conta que possa ter ganhos ao realizarem seus posts, embora sejam tomados por uma descarga emocional advinda da catarse, purificando seus desejos reprimidos.

Palavras-chave: Internet, Tragédia, Ganhos inconscientes.

Abstract

The purpose of this article is to verify the motivations and possible gains conscious and unconscious type that people have when making publications on the internet of photographs and videos of people involved in accidents or tragedies. Being of exploratory and qualitative nature, with a total of 06 subjects, being 3 men and 3 women, between 25 and 57 years of age. The results show that all participants have already made postings with this theme, being evident that the most frequent types are related to traffic accidents and the motivations for such an act is to draw attention and take information to people. The feelings related to the posts appear ambivalent, being related to conscious and unconscious demands, therefore, they do not realize that they can have gains in carrying out their posts, although they are taken by an emotional discharge from the catharsis, purifying their repressed desires.

Keywords: Internet, Tragedy, Unconscious gains.

Resumen

El presente artículo tiene como objetivo verificar las motivaciones y las posibles ganancias sean éstos del tipo conscientes e inconscientes que las personas tienen al realizar publicaciones en internet de fotografías y videos de personas involucradas en accidentes o tragedias. Se trata de un estudio exploratorio y cualitativo, con un total de 6 sujetos, siendo 3 hombres y 3 mujeres, entre 25 y 57 años de edad. Los resultados obtenidos demuestran que todos los participantes ya realizaron posturas con esa temática, quedando evidente que los tipos más frecuentes están relacionados con accidentes de tránsito y las motivaciones para tal acto es llamar la atención y llevar información a las personas. Los sentimientos relacionados a las entradas aparecen de forma ambivalente, estando relacionados a demandas conscientes e inconscientes, por lo que no se dan cuenta que puede haber ganado al realizar sus posts, aunque sean tomados por una descarga emocional proveniente de la catarsis, purificando sus deseos reprimidos.

Palabras clave: Internet, Tragedia, Ganancias inconscientes.

 

Introdução

A pesquisa fundamenta-se em vários autores que enfocam suas teorias em relação à propagação de imagens chocantes de acidentes e tragédias que tem aumentado muito nos últimos anos, tem-se acesso amplo e instantâneo devido à tecnologia estar acessível a um número maior de pessoas. Abreu e Young (2011) reportam que a área da internet e da tecnologia de mídia digital está mudando rapidamente, e quando nos referimos à internet, incluímos todas as tecnologias digitais possibilitadas pela internet. Foi abordado a forma como os usuários das redes sociais se comportam ao publicarem imagens e vídeos de acidentes ou tragédias, verificando ainda quais são os ganhos existentes a estes sujeitos, uma vez que não há o devido respeito aos familiares e amigos, que neste momento de perda, os mesmos se encontram fragilizados e abalados para se depararem ainda com tal exposição de seus entes. Suzan Sontag (2003) diz o seguinte a respeito do impacto que a fotografia tem sobre nossa vida:

O fluxo incessante de imagens (televisão, vídeo, cinema) constitui o nosso meio circundante, mas, quando se trata de recordar, a fotografia fere mais fundo. A memória congela o quadro; sua unidade básica é a imagem isolada [...] A foto é como uma citação ou uma máxima ou provérbio. Cada um de nós estoca na mente, centena de fotos que podem ser recuperadas instantaneamente (SUZAN SONTAG, 2003, p.23).

Essa demonstração nos revela a forma como a divulgação de fotografias e vídeos podem causar danos a nossa vida, uma vez que a evocação dessas imagens pode ser feita de forma instantânea em nossa mente, ou seja, temos acesso a elas com maior facilidade, e se tratando em recordações, a imagem tem um poder maior de marcar uma determinada situação, como a autora mesmo disse, “fere mais fundo”.

Em relação à facilidade, o acesso que todos têm em reproduzir imagens e fotografias em determinados contextos e situações, Cól e Boni (2005), mencionam o fato dos profissionais jornalistas ou não que buscam estar nesses locais no momento certo e fazer a foto que ninguém mais fez, ou seja, o momento do flagrante. Não importa a composição, tampouco a preocupação em não expor o ser humano a uma situação degradante, o que se leva em consideração, é fazer a foto que ninguém mais tem.

Bocayuva (2008), em seu artigo sobre a catarse na tragédia grega, menciona o filósofo Eudoro de Sousa que fez um comentário a respeito da “catarse trágica” e a “catarse dos Mistérios”, que seria uma forma de aprender a viver sem que com isso se esteja aprendendo conteúdos morais específicos. Nesse contexto, o que mais importa é promover uma disposição de humor fundamental: aquela que experimenta a dor mais profunda. Somente o contraste da sensação de alívio em relação a tal páthos é propiciador da purificação catártica acompanhada de prazer. O mais importante, segundo Bocayuva (2008), é que por mais que se tenha sofrido terrivelmente junto com o trágico, a experiência total proporcionada pela situação nunca deixa de ser leve acompanhada de intenso prazer, ao contrário de se ver no fenômeno do fato ocorrido, uma manifestação pessimista da vida. Ele se apresenta agora, para nós, como uma sábia manifestação extremamente vigorosa. A própria vida é trágica e não esta ou aquela pessoa e ou personagem.

Internet

Para Abreu e Young (2011), a internet não é algo completamente novo, porque não é a primeira atividade facilmente acessível, barata, capaz de distorcer o tempo, interativa, anônima e prazerosa à qual fomos expostos. O que é novo, todavia, é a intensidade, acessibilidade e disponibilidade com que todas essas características são utilizadas nas tecnologias possibilitadas pela internet. Para esse fim, a maioria das atividades (comportamentos) e substâncias que produzem efeitos prazerosos tende a ser repetida. Abreu e Young (2011) continuam dizendo que é provável que no futuro a dependência de internet e de mídia digital aumente. Conforme a tecnologia se torna mais rápida, mais barata e mais portátil, sendo acessível a todas as classes sociais do mundo, considerando a tendência do abuso e a dependência continuarem crescendo. Estamos apenas nos aproximando da verdadeira portabilidade e mobilidade que está por vir. No entanto, não está longe o dia em que o nosso telefone celular ou PDA será pequeno a ponto de poder ser usado ou implantado juntamente com um link para todas as nossas transações financeiras.

Segundo Turkle (2012, apud Barbosa, 2013 p.96), a ideia de que a conexão protege da solidão e do desamparo pode ser benéfica em um mundo contemporâneo no qual as configurações familiares e sociais providenciam cada vez menos companhia e apoio. Portanto, na medida em que se torna natural, é estar permanentemente acompanhado, por muitos “amigos“ como: vozes e ouvidos viam comentários, mensagens, “curtidas” nas fotos, entre outros. Enquanto a solidão passa a ser vista e sentida com pavor, como aterrorizante, como um estado de desligamento contra o qual tem de se lutar, um problema a ser resolvido, um estado que ameaça o sujeito em sua identidade e na percepção de si mesmo.

Sontag (2003), referindo-se ao livro Três Guinéus de Virginia Woolf, destaca um diálogo entre Woolf e um advogado de Londres, onde o tema era guerra. A autora define fotos como uma forma de tornar real, ou mais real, assuntos que as pessoas socialmente privilegiadas, ou simplesmente em segurança, talvez preferissem ignorar. Desde quando as câmeras foram inventadas em 1839, a fotografia flertou com a morte. Depois que a câmera se tornou portátil, e se equipou, permitindo uma observação detalhada de um ângulo distante, a fotografia adquiriu um imediatismo e uma autoridade maior do que qualquer relato verbal para transmitir os horrores da produção da morte em massa.

Barthes (1984) refere-se à fotografia como subversiva, não quando aterroriza, perturba ou mesmo estigmatiza, mas quando é pensativa. Como a fotografia é contingência pura e só pode ser isso, alguma coisa que é representada, ao contrário do texto que, pela ação repentina de uma única palavra, pode fazer uma frase passar da descrição à reflexão, ela fornece de imediato detalhes que constituem o próprio material do saber etnológico. Segundo Sontag (2001):

Imagens do sofrimento são apresentadas diariamente pelos meios de comunicação. Graças à televisão e ao computador, imagens de desgraça se tornaram uma espécie de lugar-comum. Mas como a representação da crueldade nos influencia? O que provocam em nós exatamente? Estamos insensibilizados pelo bombardeio de imagens? ... De sua reflexão surge uma formulação surpreendente e desafiadora: a relevância dessas imagens depende, em última instância, da maneira com que nós, espectadores, as encaramos. (Sontag, 2003, apres.).

Segundo a autora em sua apresentação do livro “Diante da Dor dos Outros” – Companhia das Letras, discutindo os argumentos sobre como essas imagens podem inspirar discórdia, fomentar a violência ou criar apatia, a autora evoca a longa história da representação da dor dos outros - desde As desgraças da guerra, de Francisco de Goya (1746-1828), até fotos da Guerra Civil Americana, da Primeira Guerra Mundial, da Guerra Civil Espanhola, dos campos nazistas de extermínio durante a Segunda Guerra, além de imagens contemporâneas de Serra Leoa, Ruanda, Israel, Palestina e de Nova York no 11 de setembro de 2001. Sontag (2001) ainda diz que embora as noções de realidade e de imagem fotográfica estejam fortemente associadas, sendo mesmo, noções complementares, não é de fato a realidade como essência que a fotografia torna acessível, mas apenas uma representação e uma interpretação; no fundo, a realidade tal como existe para os agentes. A fotografia pode, assim, tornar acessíveis os esquemas mentais de quem fotografa precisamente por constituir uma representação da imagem que os indivíduos dão de si mesmos e das realidades em que estão inseridos. Desta forma, permite tornar visível a definição indenitária de indivíduos ou grupos e conclui que a fotografia é uma forma rápida e compacta de aprender e memorizar algo.

Tragédia

Ser um espectador de calamidades em outros países, cidades e bairros é uma realidade que lidamos diariamente através da mídia, seja por meios televisivos ou internet, que com a tecnologia que temos hoje facilita a propagação desses noticiários. Guerras também são imagens e sons na sala de estar. “Se tem sangue vira manchete”, relata Young (2011), sobre os jornalistas que fazem com que esses noticiários sejam alcançados a um número maior de público possível. Segundo Bocayuva (2008), a tragédia evidencia imitativamente a condição humana. A todo o momento, estamos sujeitos a uma reviravolta interpretativa de nossas ações que pode nos ser favorável ou desfavorável em termos de bem estar. Se não podemos jamais ter controle sobre isso, pelo menos estarmos preparados para essa condição vulnerável já faz uma grande diferença. É nesse sentido que a tragédia é formadora do cidadão. Tudo está sujeito à mudança. Aprender a viver através da tragédia seria, portanto, aprender a estar pronto para descobrir mais uma vez o caminho que leva até onde já se está.

A autora acima citada ainda continua a nos dizer que na Poética, Aristóteles coloca uma questão que nos interessa: a catarse, uma forma de prazer próprio da tragédia, resultado da purgação do terror e da piedade. A avaliação positiva de uma tragédia depende exatamente da capacidade que o indivíduo possui de levar à catarse, na qual está ligada à formação do cidadão. A tragédia tem uma finalidade educadora sim, segundo Aristóteles, mas isso tem muito mais a ver simplesmente com aprender a viver, "vivendo". Não se trata de aprender a não agir errado fazendo isto ou aquilo especificamente, mas de aprender o que a cada vez significa agir e isso de modo universal.

Corroborando com Bocayuva, Silva (2009), diz que a tragédia é entendida como uma maneira de aperfeiçoamento moral. Em outra linha de raciocínio, a tragédia proporcionaria amadurecimento emocional e seria um meio de fortalecimento do caráter. A catarse da tragédia também foi entendida como um processo purgativo das emoções dos espectadores; tal purgação seria análoga à purgação da medicina; esta é a conhecida interpretação psicopatológica da catarse. Além dessas interpretações, a catarse em Poética também foi compreendida como propiciadora de uma clarificação intelectiva. E, por fim, a interpretação que entende que o processo de purificação ocorre no interior do drama trágico e não em seu espectador ou leitor, tese esta conhecida como interpretação dramática ou estrutural da catarse.

Silva (2009) relata ainda que das demais noções existentes na Poética que se ligam, de uma maneira ou de outra à catarse, duas têm destaque: a emoção, mais propriamente as emoções de piedade e de temor e a noção de prazer, pois Aristóteles diz haver um prazer apropriado à tragédia. Inicialmente, parece haver um paradoxo na compreensão de Aristóteles da trama trágica: ela surte duas sensações contrárias, prazer e dor, e esta última por meio das emoções. O entendimento do prazer próprio da tragédia levou a crítica recente a debater a relação do prazer com as emoções dolorosas e, dessa forma, rever a noção de catarse, visto que esta parece se esclarecer junto com a maneira de entendermos o prazer e as dores provocadas pela tragédia.

Ganhos Inconscientes

Falar de “inconsciente”, imediatamente nos remetemos a Freud, o pai da psicanálise, um dos teóricos mais influentes no estudo de inconsciente, e obviamente se fosse preciso concentrar numa palavra a descoberta freudiana, essa palavra seria incontestavelmente a de inconsciente. Roza (2009) relata que o termo “inconsciente” usado antes de Freud, era puramente adjetivo, designava aquilo que não era consciente, mas não designava um sistema psíquico distinto dos demais, dotado de atividade própria. O inconsciente possui, portanto, uma ordem, uma sintaxe; ele é estruturado como uma linguagem.

Como devemos chegar a um conhecimento do inconsciente? (Freud 1914-1916, p.163 209), afirma que certamente só o conhecemos como algo consciente, depois que ele sofreu transformação ou tradução deste. Para que isso seja possível, a pessoa sob análise deve superar as próprias resistências, àquelas que, anteriormente transformaram o conteúdo em questão em algo reprimido rejeitando-o do consciente.

Segundo Andrade (2011) a contraditória rima entre amor e dor, do ponto de vista clínico, concerne especialmente à problemática do sadismo e do masoquismo, com ênfase no problema gerado por esta última manifestação clínica, estruturada em torno da obtenção de prazer através da submissão ao sofrimento. Para falar sobre obtenção de prazer, vale ressaltarmos as práticas e formas perversas que possivelmente são utilizadas para consolidar tal ato, como o voyeurismo, exibicionismo, sadismo e masoquismo que são consideradas como parafilias. Silva (2014) traz uma definição para voyeur, como sendo de origem francesa e significa ‘aquele que vê’. No senso comum ela se refere a uma pessoa que obtém prazer ao observar os atos sexuais ou a intimidade de outra(s) pessoa(s). O indivíduo tende apenas a observar o ato, sem ter participação ativa. Na maioria das vezes, ele registra o que vê através de fotografias ou vídeo. Em âmbito clínico, o voyeurismo é considerado como uma psicopatologia que consiste no desvio da conduta sexual tida como ‘normal’, sendo também conhecido como mixoscopia.

Para Arruda (1978), o exibicionismo também está relacionado com o impulso que algumas pessoas têm para praticar, de surpresa, atos públicos sem pudor algum ou dizer vulgaridades ao ouvido de outras do sexo oposto, jovens e inocentes. Tanto nestas manifestações como no exibicionismo, o caráter inesperado e surpreendente dos gestos provoca reações aversivas (choque emocional, de desagrado, hostil), por parte da vítima. Esta reação violenta é que, de fato, o exibicionista deseja provocar com seu ato, simbolicamente provocar alteração psíquica. Arruda (1978) continua a dizer sobre os indivíduos com práticas exibicionistas que:

Seu desejo está inteiramente satisfeito com o ato de exibição e com a reação emocional despertada; obtida a satisfação do impulso, o exibicionista procura afastar-se rapidamente, recomposto e aliviado, como se nada tivesse acontecido. É de conhecimento dos estudiosos a dificuldade de pegar em flagrante um exibicionista ou conseguir que ele admita sua culpa (ARRUDA, 1987).

Segundo APA (2010, apud, Andrade, 2011, p.57), sexo logicamente, o masoquismo é definido como a “condição na qual o indivíduo obtém prazer da experiência de dor e humilhação infligida por outros ou, em alguns casos, por ele próprio”. Todavia, “o termo também é aplicado a experiências que não envolvem obviamente sexo”. Freud (1925-1926) descreve o principio de prazer:

Na teoria da psicanálise não hesitamos em supor que curso tomado pelos eventos mentais está automaticamente regulado pelo principio de prazer, ou seja, acreditamos que o curso desses eventos é invariavelmente colocado em movimento por uma tensão desagradável e que toma uma direção tal, que seu resultado final coincide com uma redução dessa tensão, isto é, com uma evitação de desprazer ou uma produção de prazer. (Freud, 1925-1926 p.17 75).

Partindo do pressuposto que sadismo e masoquismo não estão relacionados diretamente a questões sexuais, se entende que é possível algumas pessoas encontrarem e terem prazer advindos de outras práticas que não necessariamente envolva o ato sexual, nem que esse desejo venha de conteúdos inconscientes. (Freud 1901-1905, p.149 151), relata que o conceito de sadismo oscila na linguagem, desde uma atitude meramente ativa ou mesmo violenta para com o objeto sexual até uma satisfação exclusivamente condicionada pela sujeição e maus tratos a ele infligidos. E continua dizendo que o masoquismo enquanto perversão parece distanciar-se mais do alvo sexual normal do que sua contrapartida, podendo ser fator primário, ou se surge regularmente do sadismo mediante transformação.

MÉTODO

Tipo de Pesquisa

A pesquisa é de cunho exploratória e qualitativa, pois segundo Gil, (2002):

Estas pesquisas têm como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou a constituir hipóteses. Pode-se dizer que estas pesquisas têm como objetivo principal o aprimoramento de ideias ou a descoberta de intuições. Seu planejamento é, portanto, bastante flexível, de modo que possibilite a consideração dos mais variados aspectos relativos ao fato estudado. Na maioria dos casos, essas pesquisas envolvem: (a) levantamento bibliográfico; (b) entrevistas com pessoas que tiveram experiências práticas com o problema pesquisado; e (c) análise de exemplos que "estimulem a compreensão" (Selltiz et al., 1967, p. 63, apud Gil, 2002, p.41).

O mesmo autor define a pesquisa qualitativa como:

(...) mais recomendável nas pesquisas desse tipo é a utilização de amostras não probabilísticas, selecionadas pelo critério de intencionalidade. Uma amostra intencional, em que os indivíduos são selecionados com base em certas características tidas como relevantes pelos pesquisadores e participantes mostra-se mais adequada para a obtenção de dados de natureza qualitativa (GIL, 2002, p.145).

Materiais e Procedimentos:

Realizada no município de Cacoal-RO, com uma amostra de 06 (seis) sujeitos, sendo 3 do sexo feminino e 3 do sexo masculino, entre 25 e 57 anos de idade, realizaram postagens que diz respeito ao tema: Fotografias e vídeos de acidentes ou tragédias, nos últimos 12 meses.

Após aprovação de Comitê de Ética, foi feita a abordagem com os sujeitos, foi realizado entrevistas individuais com aplicação do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, Questionário Sociodemográfico e o Questionário elaborado pelos pesquisadores, tendo como objetivo verificar a frequência e os tipos de postagens e compartilhamentos que mais costumavam realizar, ainda as motivações existentes com tal prática, acompanhados dos sentimentos que nutrem por essas divulgações além da percepção sobre os impactos advindos deste comportamento.

Posteriormente, foi transcrito o áudio da entrevista para o Word onde foi possível desenvolver a discussão entre sujeitos e teóricos fazendo análise de discurso com enfoque na teoria psicanalítica sem abster de outras fontes que englobam assuntos pertinentes a pesquisa.

Categorias de Análise:[1]

Categorias

1 - Frequência e Tipos de Postagens ou Compartilhamentos

2 - Motivos da divulgação

3 - Sentimentos relacionados às divulgações

4 - Percepção sobre o impacto das divulgações

 

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Na sequência iremos apresentar o perfil dos sujeitos, as categorias propostas como: Tipos de Postagens ou Compartilhamentos, Frequência de Divulgação, Motivos da divulgação, Sentimentos relacionados às divulgações e Percepção sobre o impacto das divulgações. Na sequência faremos a discussão dos principais elementos à luz da literatura científica proposta. Para efeitos de guarda de sigilo dos sujeitos, utilizaremos a nomenclatura “Sujeito 1”, “Sujeito 2”, consecutivamente.

Perfil dos sujeitos

Tabela 1 – Perfil dos Sujeitos

Sujeitos

Idade

Escolaridade

Profissão

“Sujeito 1 - Masc”

57

Ens. Fun. Incompleto

Técnico de Telecomunicação

“Sujeito 2 – Fem”

57

Ens. Superior Completo

Professora de Letras

“Sujeito 3–Masc”

37

Ens. Superior Completo

Professor de Inglês

“Sujeito 4– Fem”

25

Ens. Médio Incompleto

Supervisora de Produção

“Sujeito 5- Fem”

45

Ens. Superior Completo

Professora

“Sujeito 6-Masc”

53

Ens. Superior Completo

Fiscal Tributário

            Fonte: Dados da Pesquisa

 

Frequência e Tipos de postagens e compartilhamentos

Nesta categoria, trataremos da confirmação dos sujeitos em efetuar as postagens ou compartilhamentos, dos tipos e a frequência de postagens e compartilhamentos que cada sujeito está mais habituado a fazer nas redes sociais, sejam acidentes ou tragédias.

Em relação ao “Sujeito 1 – Masculino” confirma de imediato que já fez e faz compartilhamentos de noticiários, acidentes de trânsito nas redes sociais e também no rádio, retratando como uma forma de alertar a população em relação a acidentes, e possíveis furtos, isso fica evidente através da seguinte emissão verbal:

“Sim... É é... De di trânsito sim. De trânsito a gente confirma que a gente já fez, já fez postagem já fez... Só mesmo é acidente, acidente é o que mais a gente notícia na, na em postagens, mais é acidente. Acidente e furto “né”, furto que é o que mais a gente trabalha em torno da segurança da população”. (Sujeito – 1, 57 anos, Masculino).

“É... Isso aí tem que ser sempre atualizado “né”... É sempre tem que se atualizar a notícia, a notícia ela só tem teor ela já feita no momento e já repassada no momento, no ato do ocorrido, você nunca deve chegar atrasado [...] o teor dá dá dá... é do noticiário é você chegar sempre na frente e principalmente se o noticiário você chegou primeira mão, for você e aí então vai ter mais repercussão”. (Sujeito - 1, 57 anos, Masculino).

O “Sujeito 2 – Feminino” também confirma fazer divulgações nas redes sociais, afirmando que em casos não tão chocantes, apenas quando se trata de um acidente com pouca gravidade, machucado ou ferida, se confirma no trecho a seguir:

Confirmo sim. Compartilho! Caso simples, igual assim uma ferida, um machucado, um acidente esse da moto que o cara colocou no grupo e eu mandei pro Cacoalnews né, e aí eu houve uma divulgação muito grande. Olha, antigamente eu fazia com mais frequência. Devido algumas críticas eu comecei a analisar. Eu parei um pouco né? Não que a minha consciência esteja assim, é... eu ainda não tenho essa consciência de que é errado”. (Sujeito – 2,57 anos, Feminino).

Já o “Sujeito 3- Masculino”, não afirma verbalmente fazer compartilhamentos de acidentes ou tragédias nas redes sociais, mas essa confirmação é evidenciada quando o mesmo relata os tipos de notícias que costuma divulgar, seja acidente, tragédia, esse fragmento é visível na seguinte fala:

“Então assim eu analiso esses tópicos “né”, de forma, com visões diferenciadas, depende do tipo de tragédia depende do tipo de informação que você está veiculando. No caso de homicídio ou mortes neste caso, às vezes “né”, eu gosto de publicar também justamente pra mostrar pràs pessoas, que nós estamos passíveis disso “né”. Ahhh... Não muito. Eu me atento eu “né”  às vezes quando eu compartilho  algo nesse sentido é mais nos grupos específicos “né”. é como se fosse uma necessidade de informar as pessoas do grupo”. (Sujeito – 3, 37 anos, Masculino).

O “Sujeito – 4 Feminino” confirma imediatamente sua participação nas redes sociais onde divulgou um acidente no qual presenciou, e que costuma compartilhar tudo que esteja relacionado com esse tema, se confirma logo a seguir em seu relato:

“Confirmo. Confirmo até visto por completo a cena “né” Olha, na verdade assim, tudo que relacionado a casos ocorridos eu costumo postar “né”, pras pessoas ficar sabendo “né”, e nisso no exato momento que eu já fiquei sabendo “né” é eu já postei “né”. Esse acidente mesmo é foi o segundo que eu postei. Olha, na verdade assim, tudo que relacionado a casos ocorridos eu costumo postar né, pras pessoas ficar sabendo “né”, e nisso no exato momento que eu já fiquei sabendo “né” é eu já postei “né””. (Sujeito – 4, 25 anos, Feminino).

Em relação ao “Sujeito – 5 Feminino” confirma fazer postagens de cunho informativo, seja de acidentes, morte, assassinato, brigas, mas que sempre tem uma justificativa para tal atitude, nunca compartilha simplesmente por compartilhar, deixando evidente nos fragmentos a seguir:

“Faço, faço... Eu geralmente compartilho esses conteúdos com algum comentário “né”, e aí aconteceu o acidente, então para chamar atenção mesmo, principalmente dos meus alunos “né”, pra tomar cuidado e aí, por exemplo, quando eu divulgo na questão de morte de assassinato,  geralmente eu trabalho em sala. “Todas as que eu achar necessário. Agressão eu acho muito necessário, principalmente para, tanto com relação ao ser humano como em relações aos animais, porque eu sou totalmente contra a agressão”. (Sujeito – 5,45 anos, Feminino).

Já o “Sujeito – 6 Masculino” confirma fazer postagens de acidentes e tragédias, mas no momento de exemplificar os tipos de postagens que costuma fazer, o mesmo se nega, se retratando que não costuma divulgar pessoas envolvidas em acidentes ou que seja de imagens fortes e chocantes.

Sim eu confirmo. Animais, de diversão, piada. Não imagem, imagem assim não. Imagem depende da notícia, imagens assim fortes de acidente essas coisas eu não gosto não. Praticamente, quase todos os dias, geralmente quando eu recebo. Qualquer uma menos assim, essas fortes ou alguma informação que pode dar problema ao divulgar é algo que possa prejudicar alguém, daí eu não compartilho, não”. (Sujeito – 6, 53 anos, Masculino).

É possível observar na fala dos entrevistados que todos realizam compartilhamentos na internet, ficando evidente que os tipos de compartilhamentos mais comuns são de acidentes, que para Rezende (2012), o mundo contemporâneo em que vivemos hoje, onde há uma correnteza de informações e de imagens, as pessoas compartilham cada vez mais interesses e ideias na internet, sendo grande parte desse compartilhamento a respeito dos dramas cotidianos dos usuários dessas redes, como experiências de um grave acidente, comentários contra crimes hediondos entre outros, sendo que para Lima (2012), as fotos relacionadas às notícias sobre morte são as que mais chamam atenção no sentido da aparição dos envolvidos nos fatos, que as imagens mostram pessoas em total estado de decomposição, corpos cobertos por sangue, e vistos por inúmeros ângulos.

Notamos que o “Sujeito 1 – Masculino” confirma de imediato que já fez e faz compartilhamentos de noticiários e acidentes de trânsito nas redes sociais e também no rádio, retratando como uma forma de alertar a população em relação a acidentes, e que tenham precauções com possíveis furtos, além de ressaltar que esse tipo de noticiário tem sempre que ser atualizado corroborando com Dias e Aleixo (2013), onde muitos casos de denúncia são feitos pela Internet, como meio de espalhar a frustração de fatos ocorridos e em qualquer lugar, as pessoas produzem material amador para postar na Internet com objetivo de imobilização para resultar em justiça. Agrimani (1995), quando se trata do gênero sensacionalista, a manchete tem sempre que chamar a atenção. Deve chocar e causar comoção, pois são detalhes minuciosos que não consta na notícia que dependerá da criatividade da edição.

 O “Sujeito 2 – Feminino” também confirma fazer divulgações nas redes sociais, afirmando que em casos não tão chocantes, apenas quando se trata de um acidente com pouca gravidade, machucado ou ferida, como forma de passar a informação, sendo que para Da Silva (2012), tornar público o dano constitui o início da visibilidade do problema e de possível discussão com a sociedade.

Já os “Sujeito três e 6 ambos do sexo - Masculino” fica meio que implícito a confirmação de suas participações e os tipos de divulgação, pois um deles não afirma verbalmente fazer compartilhamentos de acidentes ou tragédias nas redes sociais, mas essa confirmação é evidenciada quando o mesmo relata os tipos de notícias que costuma divulgar, seja acidente e tragédia, já o outro confirma fazer postagens de acidentes e tragédias, mas no momento de exemplificar os tipos de postagens que costuma fazer, o mesmo se nega, se retratando que não costuma divulgar pessoas envolvidas em acidentes ou que seja de imagens fortes e chocantes, que para Arruda (1987), quando se refere à prática exibicionista, afirma que é de conhecimento dos estudiosos a dificuldade de pegar em flagrante um exibicionista ou conseguir que ele admita sua culpa. O “Sujeito 3 – Masculino” ainda afirma que não costuma fazer postagens com frequência, mas quando faz, geralmente são em grupos específicos com a necessidade de levar informação às pessoas, que para Cirillo, Ballerini e Galhardi (2015), um dos papeis mais importantes das redes sociais é a sua capacidade de interligar pessoas que possuem os mesmos interesses, facilitando a comunicação e a troca de informações.

O “Sujeito – 4 Feminino” confirma imediatamente sua participação nas redes sociais onde divulgou um acidente no qual presenciou, e que costuma compartilhar tudo que esteja relacionado com esse tema, corroborando com Caetano (2014) onde afirma que a sociedade do espetáculo em que vivemos, as imagens de violência chegam até nós, mesmo que não queiramos. Os avanços tecnológicos e a globalização permitem que todos presenciem a guerra por todos os ângulos possíveis, sendo a internet uma grande aliada nessa ação ao nos sobrecarregar de representações visuais da guerra.

Em relação ao “Sujeito – 5 Feminino” confirma fazer postagens de cunho informativo, seja de acidentes, morte, assassinato, brigas, mas que sempre tem uma justificativa para tal atitude, nunca compartilha simplesmente por compartilhar, observa que esse sujeito utiliza esse tipo de informação com objetivos distintos, fazendo papel até mesmo de jornalista, que segundo Sousa (1998, apud Munhoz, 2005), entende por fotojornalismo a atividade de informar, contextualizar, oferecendo conhecimento, esclarecer pontos de vista através da fotografia de acontecimentos, dando cobertura aos interesses jornalísticos.

Motivos da divulgação

Destacaremos nesta categoria as motivações apresentadas pelos sujeitos participantes da pesquisa, ao realizar as publicações e/ou compartilhamentos de acidentes, tragédias. Segundo o “Sujeito – 1 Masculino” o que o motiva a fazer postagens relacionadas a esse tema é alertar, conscientizar as pessoas dos perigos no trânsito, para que estas tenham mais cuidado ao transitarem por aí, isso fica evidente em seu relato verbal a seguir:

“O que me motiva fazer esse tipo de postagem, é o seguinte, é mostrar pra população  principalmente em rondo... a parte de trânsito, de acidente “né” é mostrar e tentar conscientizar a população, ah o perigo que ocorre o transito nosso principalmente o nosso transito de Cacoal “né””. (Sujeito – 1, 57 anos, Masculino).

De acordo com o “Sujeito – 2 Feminino” a motivação que a faz compartilhar tais assuntos é a leitura, como a mesma gosta de saber o que acontece a sua volta, opta em levar esses conteúdos até outras pessoas. Relatando ainda que quem faz isso não é motivado com a intenção de expor o próximo, isso se evidencia a seguir:

“A leitura. Porque talvez eu goste de saber é, de alguma coisa que esteja acontecendo com os outros ao meu redor. Eu penso da seguinte forma. As pessoas, eu eu acredito que as pessoas quando fazem isso, não fazem com a intenção de expor. Apesar que não é o certo, mas não é querendo expor o próximo. (Sujeito – 2, 57 anos, Feminino).

Já o “Sujeito – 3 Masculino” o que o motiva a divulgar assuntos afins, nada mais é no sentido de conscientizar as pessoas, divulgar o que acontece na cidade para outras pessoas, isso fica evidente a seguir:

“É como eu disse “né”,  eu quando eu posto é no sentido, no sentido de conscientizar as pessoas, ou até mesmo para divulgar “né” um fato acontecido na cidade. Então é nesse sentido, mais pra conscientização das pessoas”. (Sujeito – 3, 37 anos, Masculino).

De acordo com o “Sujeito – 4 Feminino” o que a motiva também a ter esta postura de divulgadora, é a conscientização das pessoas, pois a partir do momento que mais pessoas tiverem contato com o que acontece de tragédia na cidade, ficarão com um pouco de medo, podendo se prevenir mais, fica evidente em seu relato verbal:

“pra mostrar pras pessoas para terem um pouco mais de cuidado “né” em relação é aos acidentes que ali pelo que eu percebi foi um descuido pequeno que levou a ocorrer esse fato [...] a minha postagem mais foi em relação pras pessoas se conscientizar “né’, que pra ter um pouco de medo talvez pra cuidarem mais “né” pra se prevenir ao transitarem”. (Sujeito – 4, 25 anos, Feminino).

Em relação ao “Sujeito – 5 Feminino” o que a motiva divulgar e compartilhar assuntos dessa natureza é chamar a atenção das pessoas para a realidade dos fatos e com isso pode perceber o quanto as pessoas estão atentas no mundo de hoje, segue seu relato verbal:

“Que motiva é isso, é chamar atenção das pessoas para os fatos, tanto para questões de ter cuidado “né”, para ter  cuidado com relação a isso, como também para as pessoas verem que todo mundo hoje está atento “né”, aí no que aconteceu”. (Sujeito – 5, 45 anos, Feminino).

Segundo o “Sujeito – 6 Masculino” sua motivação para fazer tais compartilhamentos é o fato de achar o conteúdo interessante e que a maioria das pessoas também irá achar, além de que irão fazer comentários e compartilhar, divulgar adiante. Evidencia-se a seguir em seu relato verbal:

“Alguma coisa que eu acho interessante que alguém posta para mim que eu acho interessante eu compartilho. Acharia... a maioria e quem acha geralmente comenta e fala que vai compartilhar também “né”” (Sujeito – 6, 53 anos, Masculino).

Destacaremos nesta categoria quais as motivações apresentadas pelos sujeitos participantes da pesquisa, ao realizar as publicações e/ou compartilhamentos de acidentes e tragédias, sendo para os sujeitos: (1, 3, 4, e 5) um, três, quatro e cinco os motivos são os mesmos; conscientizar e levar informações as pessoas, fazendo papeis de jornalistas, que segundo Caetano (2014), tem a função de agente social, onde sua tarefa é informar da melhor maneira possível à população, fornecendo os melhores detalhes do acontecimento para que o público forme suas próprias conclusões e opiniões sobre a situação, no mesmo tempo que mantém se neutro. Leitão e Costa (2005) afirmam que é possível identificar algumas características subjetivas comuns aos pacientes usuários da Internet. São elas: o prazer derivado do uso da Rede como um novo espaço de vida, o sentimento de onipotência originado na experiência online, as relações estabelecidas com seus corpos e os excessos vividos no espaço virtual.

De acordo com o “Sujeito – 2 Feminino” a motivação que a faz compartilhar tais assuntos é a leitura, como a mesma gosta de saber o que acontece a sua volta, opta em levar esses conteúdos até outras pessoas. Para Caetano (2014), tais conteúdos chegam até nós todos os dias através dos mais variados meios de comunicação, destacando as redes sociais como um dos principais meios para tal evento. Esses conteúdos são compartilhados com fotografias ou somente conteúdos. Nos casos que denigre a dignidade humana, imagens são comuns, pois através das fotografias o poder de emocionar e chamar a atenção do leitor é maior, sendo possível despertar emoções positivas ou negativas.

Segundo o “Sujeito – 6 Masculino” sua motivação para fazer tais compartilhamentos é o fato de achar o conteúdo interessante e que a maioria das pessoas também irá achar, além de que irão fazer comentários e compartilhar, divulgar adiante. A procura por seguidores e pseudo-fama, tem preocupado, pois esses jovens aceitam fazer qualquer coisa para ganhar visibilidade na rede, não calculando ou considerando os reais perigos que isso traz, tanto para si, quanto para a família Balmant (2012, apud Dias e Aleixo, 2013).

Sentimentos relacionados às divulgações

Já nesta categoria, esclareceremos de acordo com o relato verbal de cada sujeito participante da pesquisa, os sentimentos que eles apresentam ao realizarem as divulgações e compartilhamentos:

De acordo com o “Sujeito – 1 Masculino” sente prazer em divulgar, levar a informação às pessoas. Informar às pessoas que ainda não sofreu acidente os riscos que correm. Abaixo se encontra seu relato verbal:

Divulgar a informação eu tenho prazer né, de divulgar.  Prazer no seguinte termo, que eu tô levando pra alguém que ainda não sofreu acidente né,  para que ele não sofra, pra que ele evite a sofrer o acidente”. (Sujeito – 1, 57 anos, Masculino).

Já o ”Sujeito – 2 Feminino” afirma sentir que passou a informação para os amigos, como forma até mesmo de chamar atenção, segue seu relato:

“É... O sentimento é aquele de passar a informação, para os amigos, amigos da pessoa e que goste dela e que vá visitá-la “né”. Chamar atenção”. (Sujeito – 2, 57 anos, Feminino).

O “Sujeito – 3 Masculino” retrata sentimentos como algo complicado pra falar, pois o ato de publicar ou compartilhar não se refere a uma vontade, um desejo de externar algo, mas se resume a uma forma de conscientizar as pessoas através da noticia, a seguir o relato verbal:

“Com relação a sentimentos é muito complicado pra falar, como eu disse eu coloco, quando eu  faço isso não é no sentido de externar uma vontade ou algo nesse sentido é no sentido mais de conscientização “né”, ou na maioria das vezes, é noticiar um fato acontecido “né””. (Sujeito – 3, 37 anos, Masculino).

O “Sujeito – 4 Feminino” afirma que ao publicar sobre o assunto, esperava a reação das pessoas sobre a sua publicação, ao mesmo tempo em que aguardava, esperava que muitas pessoas falassem sobre o assunto, fica evidente no trecho a seguir:

Sentimento é... (pausa 13 segundos) Assim, não sei dizer certo, assim... Para ver qual seria a reação delas também “né”... Que seria comovente como me comoveu muito “né”, então assim... E depois eu vi que movimentou muita gente “né”, muita gente falando sobre esse assunto, aí eles discutindo, a gente, vamos tomar mais cuidado com isso!(Sujeito – 4, 25 anos, Feminino)

De acordo com o “Sujeito – 5 Feminino” após relato ocorrido recentemente em suas postagens, afirma sentir tristeza, em outros casos ter sentimento de dever cumprido, pois foi através das postagens na mídia desses casos, foi que medidas foram tomadas. 

“Sentimento de agressão geralmente é um sentimento de tristeza, “né”, mas depois eu não tenho. Mas assim depois, assim depois, por exemplo, aquele cara que foi preso, um sentimento de justiça entre aspas feitas ”né”, mas também um sentimento tipo assim como ficou a mãe “n锓?(Sujeito – 5, 45 anos, Feminino)

Segundo o “Sujeito – 6 Masculino” se ele acha interessante, automaticamente imagina que outras pessoas também vão achar, sentindo-se bem em outras pessoas comentarem e compartilharem sua postagem.

“A partir do momento que eu vejo que eu acho interessante, que eu acho que alguém vai achar interessante eu publico. Geralmente as pessoas é, comentam iiii  muitos já avisam que vão passar para frente  também, que vão compartilhar provavelmente que acharam interessante também”. (Sujeito – 6, 53 anos, Masculino).

Nesta categoria, problematizaremos os sentimentos que eles apresentam ao realizarem as divulgações e compartilhamentos, enfatizando os sentimentos observados mesmo de maneira inconsciente, foi apresentado nesta categoria pelos sujeitos participantes da pesquisa:

De acordo com o “Sujeito – 1 Masculino” sente prazer em divulgar, levar a informação às pessoas, como uma maneira de informar às pessoas que ainda não sofreram acidente os riscos que correm, e segundo Arruda (1978), o exibicionismo também está relacionado com o impulso que algumas pessoas têm para praticar, de surpresa, atos públicos sem pudor algum ou dizer vulgaridades ao ouvido de outras pessoas do sexo oposto, jovens e inocentes. Tanto nestas manifestações como no exibicionismo, o caráter inesperado e surpreendente dos gestos provoca reações aversivas (choque emocional, de desagrado, hostil), por parte da vítima. Esta reação violenta é que, de fato, o exibicionista deseja provocar com seu ato, simbolicamente provocar alteração psíquica.

Já o ”Sujeito – 2 Feminino” afirma sentir que passou a informação para os amigos, como forma até mesmo de chamar atenção, de certa forma, Rezende (2012) relaciona este fato como uma forma da narrativa trágica seja voltada para corresponder às expectativas e conformação psicológica do público expectador, ao mesmo tempo em que o expositor se beneficia de tal ato como método terapêutico, encontrando efeitos de purgação (catarse), após a divulgação de acontecimentos traumáticos, se caracterizando como descarga emocional.

O “Sujeito – 3 Masculino” retrata sentimentos como algo complicado pra falar, pois o ato de publicar ou compartilhar não se refere a uma vontade, um desejo de externar algo, mas se resume, a uma forma de conscientizar as pessoas através da noticia embora, Rezende (2012), afirma que no espaço das redes sociais é possível observar o processo de construção das performances catárticas, através dos relatos e postagens na internet, sendo que estas publicações vão além de situações trágicas de cada indivíduo, onde as mesmas perpassam tais situações, podendo chegar a um grave acidente, indignação por atos de corrupção, ou seja, a auto realização da catarse, limpeza e purificação pessoal, mesmo sendo dados inconscientes por parte dos sujeitos.

 O “Sujeito – 4 Feminino” afirma que ao publicar sobre o assunto, esperava a reação das pessoas sobre a sua publicação, ao mesmo tempo em que aguardava, esperava que muitas pessoas falassem sobre o assunto, ainda segundo Rezende (2012), essa expectativa que outras pessoas comentem sua postagem se trata de um processo de interação e formação de vínculos por parte de quem divulga e quem lê, curte ou comenta. Esta conexão entre o narrador e espectador se resume na satisfação de pertencimento a um determinado grupo seja simbólico ou, o reconhecimento do eu por parte de um complexo catártico de emoções reprimidas de sua vida.

De acordo com o “Sujeito – 5 Feminino” após relato ocorrido recentemente em suas postagens, afirma sentir tristeza, em outros casos ter sentimento de dever cumprido, pois foi através das postagens na mídia desses casos, foi que medidas foram tomadas.  Rezende (2012) relaciona esse fato com o conceito catártico, a liberação emocional dos dramas vivenciados, seja por memórias ou recordações de eventos passados, onde o sujeito atribui novos significados a suas emoções, onde as redes sociais passam a ser um local onde os afetos são atualizados, como “lamentações”, “resmungos” sendo que estes não são manifestados em outra esfera social.

Segundo o “Sujeito – 6 Masculino” se ele acha interessante, automaticamente imagina que outras pessoas também vão achar, sentindo-se bem em outras pessoas comentarem e compartilharem sua postagem, sendo para Dias e Aleixo (2013) como para Morais (2014) essa necessidade de se expor nas redes sociais, está relacionada com a busca de tornar-se conhecido publicamente, onde os usuários acabam fazendo qualquer coisa para que sejam reconhecidos e para atingir um grande número de seguidores.

Percepção sobre o impacto das divulgações

Logo, nesta categoria destacaremos a percepção que os sujeitos têm em relação aos impactos de suas divulgações nas mídias virtuais, possibilitando que cada um dos sujeitos se coloque no lugar de familiares e amigos de possíveis vítimas de suas postagens.

De acordo com o “Sujeito – 1 Masculino” acredita que para as pessoas envolvidas, relacionadas à sua postagem se sentirão gratificadas com sua atitude em postar o ocorrido, que irá perceber o quanto se preocupa com a população:

“Eu acho o seguinte, que... eu sinto que a pessoa vai achar gratificante. Principalmente aquela pessoa que já se acidentou,  que teve um parente que foi acidentado, né. Vai ver que a gente procura, a gente se preocupa né, ele vai sentir que a gente se preocupa com a população, a gente também é humana, e a gente se preocupa com o nosso meio”. (Sujeito – 1, 57 anos, Masculino).

Já o “Sujeito – 2 Feminino” não tem uma visão muito detalhada de como os familiares da vítima reagirão frente à exposição de tal situação, focando apenas em uma situação verídica na qual já vivenciou.

“Não sei. Já... Não sei o que houve porque ainda não fui ainda chamada por nenhum familiar”. (Sujeito – 2, 57 anos, Feminino).

Segundo o “Sujeito -3 Masculino” em seu relato verbal evidencia que a família tem que ver com bons olhos que se não for ele a publicar o fato, outras pessoas farão.

“Então! Eu vejo da seguinte forma, é como eu estava dizendo, não sou muito a favor de expor  ” né”, mas eu  acredito que, como família, a pessoa ela, ela tem que enxergar com bons olhos, porque assim não é por que... É um fato acontecido e hoje a mídia ela vai mostrar ela vai noticiar “né””. (Sujeito – 3,37 anos, Masculino).

Para o “Sujeito – 4 Feminino” os familiares também não deveriam se opor, uma vez que não vê problema algum, pois muita gente faz isso, virou uma prática costumeira.

“Então é... eles, eles eu não sei te dizer. Eu acho que não teria mal algum “né” sobre a minha postagem, isso porque geralmente hoje em dia muita gente fazem isso “né”, postam, não quer nem saber da onde que veio a foto e tal,  quer transmitir aquilo que viu ou que acabou recebendo “né”, então eu acho que isso hoje em dia é comum, então eu acho que na cabeça das pessoas isso é comum hoje. (Sujeito – 4, 25 anos, Feminino).

O “Sujeito – 5 Feminino” afirma que imagina que as pessoas mais próximas, da vizinhança e do ocorrido ache por bem essa divulgação e até mesmo gratificante.

“Eu acho o seguinte, que... Eu sinto que a pessoa vai achar gratificante. Principalmente aquela pessoa que já se acidentou,  que teve um parente que foi acidentado, “né”. Vai ver que a gente procura, a gente se preocupa “né”, ele vai sentir que a gente se preocupa com a população, a gente também é humano, e a gente se preocupa com o nosso meio “né””. (Sujeito – 5, 45 anos, Feminino).

Segundo o “Sujeito 6 - Masculino” não imagina o que os familiares e amigos poderiam achar de sua postagem, afirmando ainda que só faz esse tipo de divulgação quando tem certeza da veracidade dos fatos, como relato a seguir:

Bom, sei lá o que eles vão achar, mas é... É, uma vez que esta pessoa está envolvida, eu só compartilho quando eu acredito que a fonte seja confiável,  que tenha relevância “né”. (Sujeito – 6, 53 anos, Masculino).

Logo, nesta categoria foi destacada a percepção que os sujeitos têm em relação aos impactos de suas divulgações nas mídias virtuais, possibilitando que cada um destes se posicione no lugar de familiares e amigos de possíveis vítimas de suas postagens, embora Morais (2014) afirma que este tema vem sendo muito discutido por estudiosos da área, como forma de entender como ter privacidade em uma esfera virtual, onde grande parte dos usuários sente necessidade de se expor.  Sem contar que a pessoa que se expõe desmedidamente nas mídias virtuais, não se dá conta que consequências negativas podem advir de tal atitude.

O “Sujeito – 1 Masculino” acredita que para as pessoas envolvidas, que estão relacionadas à sua postagem se sentirão gratificadas com sua atitude em postar o ocorrido, que irá perceber o quanto se preocupa com a população, em seguida, o “Sujeito -3 Masculino” evidencia que a família tem que ver com bons olhos que se não for ele a publicar o fato, outras pessoas farão. Fechamos com o “Sujeito – 4 Feminino” onde relata que os familiares também não deveriam se opor, uma vez que não vê problema algum, pois muita gente faz isso, virou uma prática costumeira, ressalta Martins e Barbosa (2016), na atualidade, a tecnologia está acessível a uma população considerável, e as plataformas digitais propiciam espaços ilimitados aos usuários, ao mesmo tempo em que possuem poderes jamais vistos, desapossando a responsabilidade das mídias tradicionais, ou seja, o meio digital, principalmente as redes sociais influenciam na seleção das notícias. Sontag (2003), diz que a fome por imagens que denunciam sofrimento é tão ávida quanto o desejo por imagens de corpos nus. Afirma ainda que há muitos séculos, na arte cristã, imagens do inferno provocava essa dupla satisfação.

Já o “Sujeito – 2 Feminino” não tem uma visão muito detalhada de como os familiares da vítima possa reagir frente à exposição de seu familiar, focando apenas em uma situação verídica na qual já vivenciou. Segundo o “Sujeito 6 - Masculino” também não imagina o que os familiares e amigos poderiam achar de sua postagem, afirmando ainda que só faz esse tipo de divulgação quando tem certeza da veracidade dos fatos, estas condições apresentadas pelo sujeito 2 e 6 se relacionam com a falta de empatia, que se caracteriza segundo Formiga (2012), psicologicamente falando, significa uma experiência indireta de emoção semelhante à emoção vivenciada pela outra pessoa. Observa-se que os sujeitos pesquisados não vivenciaram tal ação com familiares e/ou amigos, haja vista que não conseguiram se posicionar no lugar de familiares ou amigos, caso fosse o envolvido na publicação. Formiga (2012) acrescenta ainda que não exclui a capacidade que a pessoa tem em ajudar, mesmo que não tenha nenhum ganho para si mesmo, mas reconhece as emoções nessa dinâmica social, a importância e valor dos outros.

O “Sujeito – 5 Feminino” afirma que imagina que as pessoas mais próximas, da vizinhança e do ocorrido ache por bem essa divulgação e até mesmo gratificante, pois para Pavarino, Del Prette & Del Prette (2005), existe também a violência cotidiana, divulgada pela mídia, que explora informações como forma de retratar a realidade ou expor dramas humanos, em geral demarcados pelos índices de audiência. Enquanto Lima (2014) questiona, a referida imagem é realmente indispensável para a construção da notícia – objetivo maior da atividade jornalística? A discussão se estende, ao percebermos os efeitos das imagens diante dos familiares, que se encontram vulneráveis no momento do ocorrido, mas que mesmo assim se deparam com a publicação das imagens de seus parentes na internet.

CONCLUSÃO

Observa-se, que o perfil sociodemográfico dos sujeitos entrevistados sendo (03) três homens e (03) três mulheres entre (25 e 57 anos) vinte e cinco a cinquenta e sete anos de idade apresentados como: Um com Ensino Fundamental Incompleto, outro está encerrando o Ensino Médio, enquanto os demais possuem graduação no Ensino Superior, fator relevante, uma vez que são pessoas dotadas de conhecimento, mas quando se trata da exposição de outrem nas mídias virtuais, esse detalhe passa despercebido.

Em relação ao problema de pesquisa, Quais as motivações e os ganhos inconscientes que pessoas têm em divulgar na internet fotografias e vídeos de acidentes e tragédias, objetivo geral Verificar quais são as motivações que uma pessoa tem ao divulgar na internet fotografias e vídeos de acidentes e tragédias, e os específicos, como também, levantar as características sociodemográficas desses divulgadores; descrever as motivações e benefícios seja eles conscientes ou não, desses sujeitos; verificar se estes sujeitos tem conhecimento de possíveis danos que poderão trazer aos familiares dessas pessoas envolvidas, a presente pesquisa permitiu concluir:

 Todos os entrevistados já realizaram as postagens com esse nível de conteúdo, e em termos de Tipos e frequências: o que mais destacou foram postagens voltadas para acidentes de trânsito, ainda que a frequência, segundo um dos entrevistados, tem que ser o mais breve possível, pois a notícia tem que ser atualizada constantemente, sem contar que quem chega primeiro no local do acidente ou tragédia, conseguirá mais likes, curtidas, ibope, dados importantes na pesquisa, sendo que foi possível observar ainda sentimentos ambivalentes na fala dos entrevistados, pois quando se trata de sentimentos, estes aparecem relativamente como conscientes ou não.

Dentre as mais variadas Motivações encontradas para as postagens, o fator chamar a atenção, levar informação as pessoas foi o destaque. Acreditam que estão assumindo papeis de jornalistas devido à facilidade do acesso as redes midiatizadas e a tecnologia que também favorece nesse processo, fotografar e postar, ou simplesmente compartilhar se tornou atitudes costumeiras, embora os entrevistados não percebam como algo negativo.

De maneira geral, quando nos referimos a sentimentos, estes soam contraditórios quando se trata de preocupação com o próximo e com a sociedade em geral. Todavia cabe a cada um respeitar, proteger e querer bem aos mesmos, sendo que em termos de Sentimentos relacionados às divulgações, o fato de fotografar ou compartilhar uma notícia de acidente ou tragédia acompanhada de fotografias ou vídeos, independente se familiares ou amigos terão acesso a aquele material, apareceu como algo natural, se não forem eles a compartilhar serão outras pessoas, ficando evidente a falta de empatia desses sujeitos, pois apresentaram dificuldade de se posicionar no lugar dessas pessoas, a ansiedade por imagens de tragédia são tão grande quanto os desejos por corpos nus.

É interessante registrar os aspectos empáticos e altruístas que estão interligados nestes resultados, pois somos seres humanos dotados de capacidades e desejos, isso se evidencia na Percepção sobre os impactos das divulgações e se assim somos, qual o motivo da dificuldade em se posicionar no lugar oposto no qual nos encontramos? Permitir-nos sair da zona de conforto e vivenciar de maneira diferenciada o que o próximo vivencia todos os dias, ou pelo menos quando se trata de um momento tão delicado, seja em um acidente, tragédia ou mesmo de morte, considerado necessário. Ainda que a família da vítima encontra-se um corpo falecido, sabendo que já foi uma vida, deixando familiares dotados dos mais variados sentimentos e emoções.

Dentre as motivações, parece haver também aqueles que apresentam como ganhos inconscientes, de modo que foi observada certa prática do exibicionismo e ao mesmo tempo em que ele é um sujeito exibicionista se constrói performances catárticas, no momento que compartilha tais temas. O sujeito é reconstituído por uma descarga emocional alcançando a plenitude, expondo emoções reprimidas de sua vida, ou seja, o sujeito assim alcançaria um estado de libertação psíquica, superando possíveis experiências traumáticas recalcadas em seu interior, sendo o ápice, “a purificação da alma”.

Enfim, as dificuldades em realizar a pesquisa foram grandes, tendo em vista a preocupação e a responsabilidade de encontrar artigos específicos sobre o tema, o que nos permitiu utilizar artigos de jornalismo e direito para melhor exemplificar o tema proposto. Fica aberta a possibilidade de novas pesquisas voltadas a esse tema, uma vez que é crescente o número de pessoas e corpos expostos nas mídias virtuais, objetivando aos divulgadores massivos que repensem suas atitudes, fazendo uso da empatia e altruísmo.

 

[1] A priori e a posteriori conforme a técnica de Análise de Conteúdo.

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