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PERSPECTIVAS CONTEMPORÁNEAS: LA REFORMA CURRICULAR Y FORMACIÓN PROFESIONAL DEL PSICÓLOGO EN COLOMBIA
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TÍTULO DO ARTIGO |
AUTORES |
ANO DE PUBLICAÇÃO |
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Psicologia, diretrizes curriculares e processos formativos na Amazônia: um estudo da formação de Psicólogos. |
Tania Suely Azevedo Brasileiro e Marilene Proença Rabelo de Souza. |
2010 |
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A formação em Psicologia após 50 anos do primeiro Currículo Nacional da Psicologia: alguns desafios atuais. |
Jefferson de Souza Bernardes |
2012 |
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Contribuições do Conselho Federal de Psicologia à discussão sobre a formação da(o) Psicóloga(o) |
Conselho Federal de Psicologia |
2013 |
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Projeto Pedagógico de Curso e formação do psicólogo: uma proposta de análise |
Pablo Sousa Seixas; Fellipe Coelho-Lima; Suzany Gadelha Silva; Oswaldo Hajime Yamamoto |
2013 |
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Formação em Psicologia, Demandas sociais contemporâneas e Ética: uma perspectiva |
Marcia Ferreira Amendola |
2014 |
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Formação humana e competências: um debate das diretrizes curriculares |
Vinicius Cesca Lima e Régis de Toledo Souza |
2014 |
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Transnacionalização do Ensino Superior: Impactos nos Processos Formativos em Psicologia no Brasil |
Joao Paulo Macedo; Marta Savana de Sousa Lima; Candida Dantas; Magda Dimenstein |
2017 |
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Ano da Formação em Psicologia: Revisão das Diretrizes Curriculares Nacionais para os Cursos de Graduação em Psicologia |
Conselho Federal de Psicologia |
2018 |
Após a identificação e localização das fontes de informação será realizada a leitura do material a partir dos objetivos propostos por (Gil, 2008, p. 74) que são:
a) Identificar as informações e os dados constantes dos materiais; b) estabelecer relações entre essas informações e dados e o problema proposto; e c) analisar a consistência das informações e dados apresentados pelos autores.
Dessa forma, buscou-se fazer uma leitura analítica e interpretativa das referências bibliográficas, ou seja, sintetizar as informações presentes no material lido e fazer as correlações entre eles e os objetivos propostos nesta pesquisa.
Nesta sessão serão apresentados os principais pontos destacados na leitura e análises dos artigos, apresentando-os em ordem cronológica e fazendo relações entre os pontos observados.
A pesquisa de Brasileiro e Souza (2010) sobre Psicologia, diretrizes curriculares e processos formativos na Amazônia aponta que nacionalmente, nos últimos anos, houve uma grande expansão na oferta de cursos superiores em Psicologia, principalmente cursos ofertados por IES particulares e tais dados nacionais também são refletidos na região norte do país. Quanto a adequação da IES pesquisada às DCN, as autoras concluíram que o Projeto Pedagógico do Curso (PPC) de psicologia está em processo de elaboração buscando se adequar as novas diretrizes, sendo que tanto coordenadores de curso quanto professores reconhecem a importância das novas diretrizes para uma formação mais ampla e condizente com a realidade profissional.
Em relação a percepção dos alunos sobre as mudanças trazidas pelas novas DCN, estes percebem como positivas uma vez que elogiam o currículo do curso e o corpo docente. No entanto, os alunos trazem alguns aspectos estruturais que interferem na qualidade de sua formação como: necessidade de ampliação do quadro de professores e “(...) dificuldades institucionais com as condições físicas e materiais para uma educação superior de qualidade” (Brasileiro; Souza, 2010, p. 117).
Bernardes (2012) em seu artigo sobre a formação do psicólogo após os cinquenta anos de regulamentação da profissão no Brasil, e também cinquenta anos depois do primeiro currículo nacional de orientação sobre a formação de psicólogos brasileiros faz a seguinte discussão:
Atualmente, muitos cursos estão a pleno vapor tentando terminar a implantação ou avaliando seus currículos, conforme determinado pelas novas Diretrizes Curriculares, homologadas pelo Ministério da Educação, em 2004. A construção das Diretrizes Curriculares marca um processo histórico importante para a Psicologia brasileira, pois foram produzidas a partir de debates, de relações de poder e de intensas negociações entre diversos atores/autores e instituições. Como todo processo histórico e coletivo, foi marcado por avanços e retrocessos (Bernardes, 2012, p. 217).
O autor destaca que, para que as propostas das atuais DCN se efetivarem é preciso que o currículo não seja reduzido a uma lista ou à grade de disciplinas, mas que seja discutido e implementado no campo das relações e discussões na comunidade acadêmica (professores, estudantes, funcionários, usuários dos serviços). Diante disso o autor destaca que um dos desafios é a participação da comunidade acadêmica na construção e efetivação dos PPC. Pois, o que se identifica atualmente é pouca participação da comunidade acadêmica nas reformas curriculares. O ideal é que a comunidade acadêmica tenha noção da formação que tem e consiga vislumbrar a formação que deseja e principalmente conseguir pensar coletivamente em estratégias de buscar a formação almejada (Bernardes, 2012).
Além disso é preciso que a comunidade acadêmica esteja articulada com a comunidade na qual o curso está inserido pensando em ações (estágios, projetos de pesquisa e extensão) que atendam as demandas da comunidade local para que atenda a diretriz de uma formação do psicólogo voltada para o contexto em que se atua. Sem superar tais desafios, o autor aponta que as diretrizes curriculares serão apenas uma mudança do PPC e da nomenclatura das disciplinas sem representar uma mudança efetiva na formação do psicólogo (Bernardes, 2012).
Em 2013, Seixas et al. Desenvolve um estudo voltado para análise de PPC de Psicologia. Os autores discutem sobre a escassez de pesquisas com amostras nacionais votados para análises de PPC de cursos de psicologia no Brasil, defendendo a importância deste tipo de estudo documental para avaliar as mudanças formação do psicólogo brasileiro. Com o intuito de incentivar pesquisas voltadas para compreensão e análises dos processos formativos presentes PPC de cursos de Psicologia no Brasil, os autores elaboram um instrumento para auxiliar na realização de análises documentais, tal instrumento foi fundamentado nas propostas das DCN dos cursos de Psicologia e análise de 10 PPC de IES com características distintas.
Fazendo uma reflexão sobre a função dos PPC nos cursos de psicologia, os autores apontam que os PPC podem ter função apenas burocráticas para tender as exigências legais para criação dos cursos, podendo inclusive ser construídos por agentes externos às IES. Por outro lado, os PPC podem ser importantes instrumentos de debate e avaliação e monitoramento dos cursos de psicologia, desde que, sejam construídos e debatidos com toda a comunidade acadêmica (estudantes, professores, coordenadores, e gestores da IES). Esta última colocação de Seixas et al. corrobora com a discussão feita por Bernardes (2012) reforçando a importância do PPC e da participação da comunidade acadêmica do debate sobre a qualidade da formação do psicólogo.
No ano de 2013, o Conselho Federal de Psicologia (CFP) elaborou um documento sobre as Contribuições do Conselho Federal de Psicologia à discussão sobre a formação da(o) Psicóloga(o) em que ressalta:
... há um abismo entre a teoria e a prática condizente à cristalização das teorias ensinadas e que se aprofunda com a ausência de diálogo quando não são relacionadas as possíveis carências da formação e as exigências da realidade de trabalho do profissional. (Conselho Federal de Psicologia, 2013, p. 15).
Tal constatação corrobora com as pesquisas apresentadas anteriormente apontando que apenas a mudança nas diretrizes curriculares que ocorreu em 2004 não foi suficiente para diminuir a distância entre formação e demandas para atuação profissional do psicólogo no Brasil:
... as diretrizes para a formação profissional têm um discurso que dialoga com a realidade, fundado em consolidadas justificativas e fundamentos teóricos; no entanto, muitas instituições de ensino superior não realizam o que está escrito em seu projeto político pedagógico. Uma coisa é o que dizem, outra coisa é o que concretizam no dia a dia nas salas de aula e espaços de formação. (Conselho Federal de Psicologia, 2013, p. 16).
O documento destaca ainda que os psicólogos se formam sem ter clareza de qual seu perfil profissional e qual o horizonte e repercussão de suas ações profissionais. E quando vão atuar nas políticas públicas queixam-se de não ter sido preparados para atuarem naquela realidade, com aquelas demandas e com aquele público alvo. Ou seja, apesar de atualmente a psicologia ter um discurso de compromisso social com a realidade brasileira e as problemáticas do seu povo, a formação do psicólogo, em algumas IES parecem ainda desconhecer qual é essa população que é usuária das políticas públicas de saúde, educação e assistência social. Diante disso o documento levanta a necessidade de um mapeamento crítico do que esteja sendo a formação do psicólogo brasileiro.
A partir de uma análise da realidade atual da formação do psicólogo, o Conselho Federal de Psicologia (2013) levanta cinco entraves que tem dificultado alcançar a formação crítica que se é proposta pelas diretrizes curriculares. Dentre tais entraves estão: 1°) a dificuldade que os estudantes e profissionais psicólogos tem de fazer análise da conjuntura, ou seja, uma leitura fiel do contesto social, cultural, histórico e político no qual se atua; 2°) tendência ao tecnicismo que consiste em realizar intervenções sem saber avaliar o impacto dessas intervenções na vida do indivíduo e da sociedade; 3°) falta de conhecimento e análise crítica sobre o impacto da sociedade do consumo na vida dos indivíduos; 4°) abismo entre pesquisa, formação e prática profissional; 5°) políticas educacionais que servem a uma agenda neoliberal, isso significa cada vez mais uma expansão de IES privadas sem a garantia de qualidade na formação e ensino oferecidos.
A pesquisa realizada por Amendola (2014) discute alguns pontos que se aproximam dos entraves para uma formação crítica discutidos pelo Conselho Federal de Psicologia (2013). A autora traz que, ao servir a uma agenda neoliberal as IES repercutem um viés mercadológico que traz sérias consequências para a formação do psicólogo:
... transformada em mercadoria, a formação profissional se converteu em uma espécie de adestramento em técnicas e em práticas padronizadas a fornecer interpretações e descrições dos fenômenos humanos desimplicadas com os interesses da população, bem como com a compreensão do mundo social e histórico. (Gomide, 1988; Mello, 1983, 1989; Moura, 1999; Pessotti, 1988; Sass, 1988; Yamamoto, 2006 citados por Amendola, 2014, p. 975).
Neste contexto mercantilista da educação, a autora destaca ainda que o saber virou um produto a ser vendido o que tem comprometido a formação ética e crítica dos profissionais que vem sendo formados:
As universidades, nessa conjuntura, tornam-se uma espécie de empresa capitalista voltada a formar competências operacionais para atender às demandas do mercado, criando, em contrapartida, incompetentes para o exercício da reflexão crítica e da liberdade, portanto, para o exercício da ética. (Amendola, 2014, p. 978).
A consequência desses aspectos para a formação e atuação do psicólogo tem sido a oferta de serviços de qualidade questionável. Isso se reflete no aumento de denúncias e processos éticos e disciplinares contra psicólogos junto aos Conselhos Regionais de Psicologia. Os cursos de formação em psicologia tem tido um caráter tecnicista e profissionalizante que foca no que fazer sem questionar o para que fazer e principalmente as repercussões dessas práticas, as consequências disto são práticas que se distanciam das diretrizes éticas da profissão:
Em outros termos, a instrumentalização do profissional que (supostamente) o tornaria competente tecnicamente para atender às demandas do mercado, todo esse processo parece torná-lo, por sua vez, incompetente para fazer análise da própria prática e dos efeitos decorrentes desta; e análise das demandas que lhes são endereçadas. (Amendola, 2014, p. 979)
Diante de todas essas problemáticas apontadas pela autora, ela discute que apesar de inúmeras mudanças nas regulamentações no que tange a formação e pratica do psicólogo desde a regulamentação da profissão em 1962, as práticas profissionais não se diferem muito, ou seja, ainda a muito o que se avançar para que os objetivos traçados nas diretrizes curriculares para uma formação crítica, ética e comprometida com a realidade social sejam alcançadas.
O artigo de Lima e Souza (2014) aponta que as diretrizes curriculares trouxeram uma nova concepção de atuação do psicólogo que visava superar a formação elitista e desconectada da realidade social, aspectos tão criticados nos últimos anos sobre a formação e atuação do psicólogo. No entanto, colocar em prática essa nova concepção de formação e perfil profissional ainda é um desafio uma vez que as próprias diretrizes trazem certa contradição entre seu caráter transformador ou de manutenção do status quo, aspectos estes que são refletidos nos princípios sobre a formação e pratica do psicólogo:
Identificamos, assim, que as Diretrizes Curriculares de Psicologia produzem um duplo registro, ora apontando para a realização plena da formação de psicólogos enquanto processo formativo que permita o esclarecimento e a emancipação do sujeito formado, ora apontando para a negação desse caráter transformador, aprisionando-o à ideologia instrumental de mercado (Lima, Souza, 2014, p. 799).
Tal crítica trazida por Lima e Souza (2014) referem-se, dentre outros aspectos, ao desenvolvimento de habilidades e competências previsto nas DCN, terminologias que corroboram para o que eles denominam de ideologia instrumental de mercado. No entanto, os autores apontam que há projetos de formação em psicologia em disputa, os que se voltam para o tecnicismo e instrumentalização e os que que se propõem a uma formação mais crítica e emancipadora voltada para um olhar mais aprofundado para as problemáticas sociais.
O campo de contradições e disputas que apontamos se insere em um campo mais amplo de disputas de rumos e significados entre distintos projetos societários, no qual se insere a psicologia. De sua origem como instrumento de controle e dominação, pode se constituir mecanismo de libertação e emancipação, propostas que coexistem e disputam concepções e projetos de profissão (Lima, Souza, p. 801).
No ano de 2017, Macedo et al. desenvolvem uma pesquisa nacional sobre Transnacionalização do Ensino Superior e Impactos nos Processos Formativos em Psicologia no Brasil. O objetivo da pesquisa foi traçar um panorama histórico da participação de empresas de educação estrangeiras atuando em IES brasileiras, bem como compreender a expansão e influência desses grupos na organização dos cursos de Psicologia. Para tanto, os autores realizam uma pesquisa documental e utilizam o instrumento construído por Seixas (2013) para alisar os PPC das IES pesquisadas.
Assim como as pesquisas anteriores, Macedo et al. destacam o aprofundamento da hegemonia do setor privado na formação do psicólogo, inclusive sob gestão de grupos internacionais. A pesquisa indica que 3 grupos internacionais concentram um grande número de IES no Brasil, principalmente nas regiões nordeste, sudeste. Os cursos atendem a carga horário mínima de 4000 horas exigidas pelas DCN e seus cursos são voltados principalmente para estudantes trabalhadores. Dentre as consequências desta hegemonia os autores apontam a implementação de “procedimentos de gestão empresarial voltados tanto para cultura administrativa das instituições de ensino superior (IES) quanto para sua organização acadêmica” (Macedo et al., 2017, p. 854).
Os autores discutem o quanto os interesses mercadológicos e cultura organizacional presente nessas IES dificultam a efetivação dos princípios das DCN para uma formação mais crítica e comprometida com as demandas da sociedade brasileira, argumentando:
Ademais, no rol de princípios e compromissos das referidas DCN, em consonância, em certa medida, com a Carta de Serra Negra, consta que os cursos de Psicologia deveriam garantir uma formação pluralista e fomentar a capacidade crítica dos alunos, inserindo debates sobre as novas demandas da profissão em sintonia com a realidade sociocultural e o contexto regional em que o curso está inserido. Mas, como assegurar tais princípios (e outros) numa realidade em que as IES almejam que os cursos estejam organizados a partir de estruturas curriculares similares ou padronizadas, como por exemplo: os objetivos, da matriz curricular, das metodologias e programas de ensino e, por vezes, do conteúdo das disciplinas e planos de avaliação? De longe este desafio é exclusivo dos cursos dos três grupos já referidos, até mesmo porque a formação em Psicologia está hegemonicamente localizada em IES privadas (81,96%) (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, 2016)”. No entanto, entendemos que o processo de internacionalização dos mercados nacionais torna ainda mais complexa a formação em Psicologia em contextos em que as IES são obrigadas a realizar a gestão acadêmica dos cursos a partir de modelos de gestão empresarial, baseados em enxugamento dos quadros e precarização do trabalho (Macedo et al., 2017, p. 855)
Além dos grupos educacionais pesquisados por Macedo et al. temos também no Brasil o grupo Kroton, que é considerado o maior grupo educacional do Brasil e a maior empresa de educação do mundo com mais 1 milhão e meio de alunos distribuídos na educação básica e ensino superior. A Kroton3 é uma sociedade anônima que reúne nove empresas da área de educação (Kroton, 2019). Apenas com as marcas Anhanguera e Pitágoras, a Kroton concentra 68 cursos de Psicologia4 no Brasil distribuídos nas regiões sul, sudeste, centro oeste e nordeste. Tais IES, mesmo sendo empresas que atuam apenas no Brasil, contam também com o investimento de capital estrangeiro e funcionam na mesma lógica dos grupos internacionais pesquisados por Macedo et al. (2017). O que observa é que esses grupos educacionais, nacionais e internacionais, exercem grande influência nas políticas educacionais e se beneficiaram muito dos programas de expansão do ensino superior no Brasil, principalmente do FIES e PROUNI.
Diante deste cenário, o Conselho Federal de Psicologia, elegeu o ano de 2018 como o ano da formação em Psicologia. Neste contexto estava em discussão no cenário político do ensino superior a possibilidade de oferta de cursos de psicologia integralmente na modalidade de Ensino à Distância (EaD). Devido a interesses mercadológicos, grandes grupos educacionais têm pressionado o ministério da educação para permissão de oferta de cursos de Psicologia e demais cursos da área da saúde em EAD. Diante desta problemática, no ano de 2018, as entidades que representam a categoria como, a Associação Brasileira de Ensino em Psicologia (ABEP), o Conselho Federal de Psicologia, os Conselhos Regionais de Psicologia e Fundação Brasileira de Entidades e Federação Nacional dos Psicólogos (FENAPSI) impulsionaram um processo de discussão nacional para revisão das DCN’s. Este processo democrático e participativo resultou na elaboração de uma minuta das DCN’s para os cursos de graduação em Psicologia que foi encaminhado e aprovado pelo Conselho Nacional de Saúde e atualmente está sendo analisado por uma comissão do Conselho Nacional de Educação. O objetivo desta nova DCN, dentre outros aspectos garantir a oferta de cursos de graduação em psicologia exclusivamente na modalidade presencial, com limite de 20% de oferta de disciplinas em EAD, como prevê a legislação atual.
Além das ressalvas quanto à oferta de disciplinas na modalidade EAD, a minuta das novas diretrizes reforça e amplia a necessidade de discussões sobre os problemas estruturais da sociedade brasileira e preparação para atuação do psicólogo nas políticas públicas, garantindo uma formação generalista coerente com as demandas e problemáticas da sociedade brasileira. Prevê ainda a importância da indissociabilidade da pesquisa, ensino e extensão, ressaltando a necessidade de que, os projetos pedagógicos curriculares criem condições necessárias para efetivação da pesquisa e extensão na formação do psicólogo (Conselho Federal de Psicololgia, 2018).
Diante de todo material analisado nesta pesquisa, identifica-se avanços, retrocessos e desafios que permeiam as propostas das diretrizes curriculares e a formação do psicólogo no Brasil nos últimos 15 anos.
Dentre os avanços podemos destacar o viés crítico e compromisso com os problemas sociais da população brasileira presentes nas DCN de 2004, 2011 e na minuta de 2018. Tais mudanças, como apontam as pesquisas, impulsionaram mudanças nos PPC dos cursos e consequentemente na formação dos profissionais da psicologia trazendo novas disciplinas, referências teóricos e áreas de atuação que ampliam a formação e atuação do psicólogo para além áreas tradicionais.
Outro avanço importante a ser destacado refere-se ao acesso das classes populares ao ensino superior o que inegavelmente deve-se às políticas de expansão do ensino superior que ocorreu no Brasil nos últimos anos, o que como consequência ampliou o número de profissionais de psicologia dos mais diversos espaços de atuação. Ainda como avanços, podemos ressaltar o movimento e articulação política das entidades nacionais e regionais como ABEP, FNAPSI, CRP e CFP na defesa do ensino presencial da psicologia e defesa das políticas públicas, bem como uma formação que prepare o profissional para atuar de maneira qualificada, crítica e ética nesses contextos, o que fortalece o compromisso social e político da profissão.
Dentre os retrocessos, ou fatores que tem influenciado negativamente na formação dos psicólogos e efetivação das propostas das DCN, destacamos a grande expansão de cursos de Psicologia em IES privadas de grupos nacionais e internacionais que tem atuado na lógica do mercado tratando a educação como produto, priorizando o lucro em detrimento da qualidade do ensino o que tem comprometido a qualidade dos cursos, condições de trabalho dos professores e trajetória acadêmica dos estudantes. Tais aspectos negativos podem ser exemplificado quando observa-se a) Excessiva quantidade de alunos por sala, o que inviabiliza o conhecimento das necessidades, bem como o acompanhamento do desenvolvimento e aprendizagem de cada aluno; b) Disciplinas com carga horária restrita diante de conteúdos extensos; c) Acentuação de inclusão de disciplinas básicas na modalidade de ensino à distância sem a o necessário acompanhamento e desenvolvimento dessas atividades; d) Escassa remuneração do professor para atividades extra sala, como reuniões, preparação de aulas, correção de trabalhos, visita à campos de estágios, pesquisa, projetos de extensão etc; e) contratos de trabalho precarizados.
Tais críticas apresentadas trazem o desafio de superar o viés mercadológico, tecnicista e instrumental da formação em psicologia que comprometem uma formação e atuação crítica do profissional diante da problemáticas que estão presentes na sociedade e que perpassam a vida das pessoas que atende, diante disso, ressalta-se a importância do movimento e articulação política das entidades representativas da profissão para a luta e garantia das condições adequadas para uma formação de qualidade e com compromisso social e político para com as demandas da profissional da psicologia com qualidade e compromisso social diante das demandas da sociedade brasileira.
Dentre essas problemáticas podemos destacar consumismo, desigualdade social, pobreza, violência, problemáticas estas que são resultados da forma de organização capitalista em que o a exploração das classes sociais menos favorecidas é condição para ascensão e manutenção de privilégios das classes sociais mais altas. E desde a crítica realizada por Botomé em 1979 sobre o caráter elitista da formação e atuação do psicólogo, podemos observar que muitos desses aspectos ainda não foram superados, uma vez que de forma direta ou indireta a formação e atuação do psicólogo ainda serve a uma agenda neoliberal e mercadológica e não para uma real transformação da sociedade.
A pesquisa demonstra que desde 2004 as DCN tem trazido propostas inovadoras para a formação do psicólogo, mesmo que em alguns momentos tais propostas sejam permeadas por concepções tecnicistas, o que faz com que a efetivação dos princípios fundamentais das DCN de uma formação crítica e fundamentada teórica e epistemologicamente e que leve em conta os aspectos históricos, culturais, políticos e econômicos da realidade brasileira ainda sejam um desafio. Além disso, observa-se que a expansão do ensino superior no Brasil vem acompanhado de uma mercantilização da educação, o que segundo as pesquisas tem comprometido a qualidade dos cursos de graduação em psicologia que são oferecidos.
Diante disso, para que as DCN se efetivem na realidade dos cursos de graduação em Psicologia se faz necessário maior envolvimento e participação da comunidade acadêmica nas reformas curriculares e maior influência das entidades representativas da profissão na arena política, para os princípios defendidos pelas DCN e entidades representativas da profissão sejam consideradas nas legislações, estruturação e fiscalização das políticas públicas educacionais.
Diante de todas as problemáticas apresentadas entende-se que a comunidade acadêmica, órgãos de classe, sindicatos e entidades representativas da profissão tem a responsabilidade de participar ativamente da reformas curriculares no interior das IES, bem como nos debates locais, regionais e nacionais relacionados ao tema, para que todos de alguma forma possam contribuir para que a concretização de uma formação mais qualificada, crítica e coerente com as demandas sociais. Além disso, se faz necessário maior fiscalização do MEC e entidades representativas em torno dessa realidade, bem como mais pesquisas sobre o tema para saber mais a fundo as sobre as diversas influências e impactos sociais da formação do psicólogo no Brasil.
AMENDOLA, Marcia Ferreira. Formação em Psicologia, Demandas Sociais Contemporâneas e Ética:. Uma Perspectiva Psicol. Cienc. prof. , Brasília, v. 34, n. 4, p.971-983, dezembro de 2014. Disponível a partir <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-98932014000400971&lng=en&nrm=iso>. Acesso em 14 de junho de 2016.
BARROS, A. da S. X. Expansão da Educação Superior no Brasil: Limites e Possibilidades. Educ. Soc., Campinas, v. 36, n. 131, p. 361-390, abr.-jun., 2015. Disponível em http://www.scielo.br/pdf/es/v36n131/1678-4626-es-36-131-00361.pdf Acesso em 24 de jul. 2017.
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Candido Pereira, Carlos Eduardo. Legislação da Educação Superior e Políticas Públicas de Inclusão. Valinhos: 2015
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Ribeiro, Maisa Elena; Guzzo, Raquel Souza Lobo. Psicologia no Sistema Único de Assistência Social (SUAS): reflexões críticas sobre ações e dilemas profissionais. Pesquisas e Práticas Psicossociais, 9(1), São João del-Rei, janeiro/junho 2014.
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Yamamoto, O. H.; Oliveira, I. F. Política social e psicologia: uma trajetória de 25 Anos. Revista Psicologia: Teoria e Pesquisa, 26 (n. especial), 9-24. 2014.
1. Segundo a pesquisa de Barros (2015) que analisou dados do INEP, o número de estudantes matriculados no ensino superior passou de 3.036.113, no ano de 2001, para 6.379.299 em 2010.
2. Os dados apresentados são referentes à busca realizada em 25/04/2019
3. Mais detalhes sobre o grupo Kroton podem ser consultados na pesquisa de doutorado: SEBIN, C. C. A intensificação do trabalho docente na financeirização da educação superior: o caso Kroton no estado do Espírito Santo. Tese (Doutorado em Educação) – Centro de Educação da Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória, ES, 2014. Disponível em: http://repositorio.ufes.br/bitstream/10/1366/1/Charlini%20Contarato%20Sebim.pdf Acesso em 27 de abr. 2019.
4. Consulta realizada em 26/04/2019 nos sites: <https://www.vestibulares.com.br/anhanguera/search/site/data?scurso=Psicologia+-+Bacharelado> e < http://www.faculdadepitagoras.com.br/Paginas/Cursos.aspx>
El presente texto reúne una serie de lecturas a partir del psicoanálisis, la biopolitica y la antropología, que enlazadas entre sí permitieron a las autoras realizar un análisis teórico sobre el feminicidio, encontrando desde dichos campos una posible respuesta a la pregunta: ¿por qué las mujeres? destacando que se le coloca en la figura de la víctima propiciatoria, siguiendo a René Girard, y por lo tanto es perseguida históricamente pues es portadora de la díada veneno-cura en la mitificación; tema que engarza con el psicoanálisis donde la mujer es colocada como aquella que causa el deseo, porque lo representa en la medida en que no está en el cuerpo (anatómicamente hablando), lo que nos permite plantear una indiferenciación pues en lo real no opera la diferencia, por lo que su aniquilación no es suficiente en la medida en que aquello que se busca eliminar está fuera de la ley, hablando psíquicamente, sin embargo, tejiendo paralelismos sobre el paradigma agambenianodel estado de excepción, se piensa al feminicidio como una forma más de encarnar la nuda vida.
Palabras clave: mujer; cuerpo; víctima propiciatoria; deseo; estado de excepción.
The present text brings a series of readings based on psychoanalysis, biopolitics and anthropology, which, linked together, allowed the authors to carry out a theoretical analysis on feminicide, finding from these fields a possible answer to the question: why women? stressing that he is placed in the figure of the propitiatory victim, following René Girard, and therefore is historically persecuted because she is the bearer of the poison-cure dyad in the mythification; issue that engages with psychoanalysis where the woman is placed as the causes desire, because it represents it, but it is not in the body (anatomically speaking), which allows us to raise an undifferentiation because in reality the difference, so that their annihilation is not enough to the extent that what is sought to be eliminated is outside the law, psychically speaking, however, weaving parallels about the Agambenian paradigm of the state of exception, feminicide is thought of as a form more of embodying the bare life.
Keywords: woman; body; propitiatory victim; wish; exception status.
En nuestra cultura, así como en muchas otras, el significante “mujer” está dotado de una urdimbre de imágenes e ideas que tienen una genealogía importante en el campo de lo esotérico, la mística, la ancestralidad y el psicoanálisis porque a través de la historia se ha concebido a la mujer como un ser enfermo, oscuro, peligroso y seductor, porque encarna la repre (senta) ción de la prostituta, la bruja, portadora del pecado y de la tragedia de la humanidad (razones por las cuales se ha considerado “necesaria” su persecución, castigo, control y aniquilación).
Sin embargo, también se ha estigmatizado como un signo de amor, debilidad y ternura. Resulta interesante mostrar dicha dualidad debido a que se podría colocar a la mujer en la figura del pharmakon, pues atendiendo a su etimología desde el análisis que realiza Derrida:
“… esta palabra griega, tiene el doble sentido de veneno y remedio, una única palabra para dar la vida y para dar la muerte.
Donde Phármakon significa también alucinógeno, bebida encantadora y también la tinta que usaban los pintores” (Kohan, 2009: p.1).
El pharmakon era un ritual en Grecia en donde un chivo expiatorio era sacrificado con la finalidad de lograr una depuración de la violencia a través de la muerte del animal entregado como ofrenda a las deidades para apaciguar las calamidades suscitadas por la violencia (Escohotado, s/a).
Lo anterior da lugar a una ritualización y mitificación, que enlazadas entre sí, pretenden abordar la complejidad del tema al que nos enfrentamos. Por lo que, a lo largo del escrito se utilizarán las figuras tanto del pharmakon como de chivo expiatorio, para dar cuenta de lo delicado que resulta dicha posición en la figura de la mujer o bien, lo femenino1.
El presente trabajo alude a una serie de construcciones teóricas que giran en torno a lo femenino como posible respuesta ante las contundentes preguntas: ¿Por qué el feminicidio? ¿Por qué aniquilar? ¿Por qué la mujer?, las mismas que ayudarán a enmarcar el fenómeno al que nos enfocamos, ofreciendo una lectura contemporánea con el fin de poder formular otras interrogantes que permitan dar cuenta de la condición humana como aquello que podemos denominar lo humano demasiado humano.
Se ha mencionado la dualidad que a manera de pharmakon representa la mujer a lo largo de la historia, pues es eso que ofrece el veneno y a la vez tiene la cura del mal. Tomando esto como referencia, resultará importante hablar de lo mítico en la medida en que es ahí donde se puede representar aquella dualidad también.
La mujer hace temer a los pueblos por su condición de diferencia, porque enuncia y representa lo enigmático de la condición humana, es decir, el deseo. Ejemplo de ello se encuentra en uno de los principales mitos del origen de la humanidad: Adán y Eva, los cuales, según relatan, fueron los primeros seres humanos que habitaron la tierra.
Adán es tentado por Eva a comer el fruto prohibido, evento que conlleva a que la humanidad domine la tierra y forje el origen del ser humano civilizado (Martínez, 2013). La mujer encarna la representación del fruto prohibido, es decir, el deseo, que siguiendo la lectura psicoanalítica obedece a la aparición de la ley como eso que prohíbe para no desatar el caos. Sin embargo, es contradictorio en la medida en que aquello que desata el caos (comer del fruto prohibido) es a su vez lo que instala el orden a partir de su prohibición (creación humana).
Otro de los mitos importantes para ser enunciado en este rubro es: el mito de la horda primitiva que Freud propone en Tótem y Tabú.
En este texto, el padre de la horda es quien posee a todas las mujeres, motivo por el cual es asesinado por los hijos, quienes al ser tentados por las féminas (objetos de deseo) del padre, lo matan creyendo que podrán acceder a ellas.
“Radicalmente ‘inocente’ y ajena al acto, la mujer queda señalada, por medio de la seducción, como la instigadora”. Se da una doble versión, ya que ahí donde hay goce (del padre) la mujer tentará al deseo (del hijo). Pero una vez instaurado el deseo, y habiendo fracasado en la reintegración de su producto, la mujer, de nuevo como un reverso de la cultura, promoverá un goce-otro (Ibíd., p.8).
En los dos mitos que se han enunciado hasta el momento; el mito fundador de la “humanidad” hablando desde un plano religioso (Adán y Eva), y el mito del padre de la horda primordial (hablando desde un discurso psicoanalítico: utilizado para explicar la instauración de la ley y por lo tanto, la cultura); la figura de la mujer/feminidad sería la de “víctima propiciatoria” porque cumple con los estereotipos que de acuerdo con Girard (1986) serían los siguientes:
a) La descripción de una crisis social y cultural; b) crímenes indiferenciadores; c) la designación de los autores de esos crímenes como poseedores de signos de selección victimaria, marcas paradójicas de indiferenciación y d) la violencia por sí misma (p.35).
En la medida en que:
a) La mujer es colocada como aquello que seduce al otro para cometer el crimen, “comer la manzana” (desobedecer a Dios) en el primer mito; y “matar al padre”, en el segundo, es decir, desencadena una crisis; b) Se establece una indiferenciación entre el crimen y de lo que se le culpabiliza pues se coloca en una paradójica versión de ella como la víctima y a la vez es la que propicia el crimen, c). La mujer hereda entonces cuánto hay de detestable en la historia, la crisis, los crímenes, los criterios de selección victimaria, es decir, siempre existe algo de monstruoso en la víctima propiciatoria, pues en la mitología, las transfiguraciones son más poderosas y demuestran un poder fantástico, ya que, después de haber sembrado el desorden, restablecen el orden y aparecen como ancestros fundadores o divinidades (Ibíd., p.76).
Sin embargo, el héroe encarna únicamente el cuarto estereotipo, el homicidio, la decisión sacrificial, tanto más a la claras liberadora en la medida en que la perversidad del monstruo justifica plenamente la violencia (Ibíd.; p.109). De esta manera, lo que se persigue es aquello que aparece como signo victimario es decir, la feminidad y el crimen estereotipado, es la bestialidad.
La mujer es sin duda responsable de la crisis, ya que concibe (parir) una comunidad monstruosa. Por lo que el mito confiesa tácitamente la verdad: no hay diferencia entre el criminal y la comunidad: una y otra son a la par desdiferenciadas y la comunidad preexiste al crimen, ya que ella es la que lo castiga (Ibíd.; p.69). Se debe tomar en cuenta el punto anterior pues más adelante cobra sentido en la lógica del estado de excepción.
Cuando una mujer es asesinada se desintegra una comunidad y se pierde la confianza en la sociedad, es una forma de hacer guerra, porque se profana a través del cuerpo femenino, ya que es el medio a partir del cual el hombre intenta recobrar la fuerza e identidad que ha perdido. El humano entonces busca entenderse desde lo demasiado humano como una referencia de unidad u origen perdido; ya que, si ella es la culpable de todo mal, también es la que curará de todo mal.
Una sociedad indiferenciada puede ser, a lo más brillante, pero es estéril y eso, a la postre conduce a la mesa de la comida totémica, donde el reverso de la diferencia de los objetos, es el exterminio de los cuerpos. El poder se asienta en el dominio de los cuerpos porque sin esa disciplina, el poder se desvanece (Pereña, 2010).

Una disciplina del cuerpo, que muy a la forma foucaultiana de la política de los cuerpos y su verso sobre las relaciones de poder y la manera en que este construye y fabrica los cuerpos, conduce a reflexionar sobre aquello que los seres humanos consideran, desde la modernidad, como lo más propio y personal, ahí donde se inscribe su “verdad”: la sexualidad (Foucault, 1968, p.123). Haciendo uso del término sociedades disciplinarias, instaurando una disciplina que se inscribe en el cuerpo para marcar una sentencia, homogeneizando cuerpos para perder la diferencia y ser sujetos de cualquier discurso que pueda caber en el aniquilamiento de estos, coexistiendo así con una sociedad de control, corporizando el panóptico en la realidad de las diferentes instituciones tatuando la pedagogía corporal no solo en los cuerpos sino generando control, inclusive en el aire (Deleuze, 1991).
Trasladando dicha cita para observar el lugar que tiene la mujer en este rubro de la sexualidad desde el psicoanálisis, se indica que la diferencia de los sexos, que está en el corazón de la sexualidad y que tiene su presencia anatómica en el cuerpo, ha de encontrar su inscripción psíquica para que el sujeto pueda verse sostenido en la vida por el deseo … el cuerpo sexuado, inscribe entonces, la diferencia sexual como carencia o falta (Pereña, 2010).
La mujer es figura de lo mortal por la que suspiran los dioses griegos, pues la figura de lo mortal es a su vez figura del deseo (Ibíd.; p.155). Freud en su texto sobre la sexualidad femenina (1931) menciona que la mujer es representante de la castración, ya que evidencia la falta, la no completud. La mujer como presencia de la castración irremediable, es presencia del desasosiego de la muerte, de lo efímero de lo vivo, de lo inalcanzable, pero también irrenunciable … la castración no es solo soportar, sino amar lo dispar y descubrir en ello el deseo (Ob. Cit, Pereña, p.154).
Lo que resulta interesante porque que si la mujer es representante del deseo, solo lo es en la medida en que no es posible mencionar que es ella; es decir, se sitúa en la imposibilidad misma de ser nombrada, esto es a lo que Lacan se refiere cuando menciona que La mujer no existe; no existe en su forma de decir-es, dado que existe en lo real como toda.
El hombre, al estar ligado a la castración en el proceso de la instauración de su deseo, se enfrenta con la posibilidad fantaseada de la pérdida del falo en su función de objeto que puede faltar. La mujer no, porque en lo real anatómico no le falta nada ni se asegura en la función del desprendimiento fálico la amenaza de pérdida. Lo que angustia al hombre es no poder. No poder sostenerse fálicamente, no poder sostener el deseo, no poder sostener a la mujer como su objeto de deseo. Por eso la pérdida se establece en el horizonte de su erotismo (Morales, 2013).
Razón que lleva a una sociedad a enloquecer, dado que el hombre moderno al ser capaz de elegir lo que puede ser: hombre, mujer, etcétera, la diferencia ya no opera en lo simbólico sino en lo real, lo que desata un caos en la medida en que es necesaria su condición para re-establecer el orden social a partir de dominar el territorio.
Siguiendo el discurso psicoanalítico, la diferencia anatómica, marca una diferencia en lo psíquico a partir de una falta en lo simbólico; sin embargo, en la indiferenciación del cuerpo en la contemporaneidad se marca una diferencia que trasciende en lo real. Motivo que lleva a poner la mirada en el cuerpo de la mujer, como eso que daría al hombre “la completud” al momento de su aniquilación, sin embargo, lo que se intenta recuperar al matar a las mujeres está de antemano perdido, ya que, el deseo es un agujero en lo real, donde siguiendo la teoría de Lacan, el objeto a, es un objeto sin imagen, es lo real y por lo tanto no se puede capturar, pues siguiendo la condición lábil del objeto a, por más capturas que se trate de hacer del objeto, siempre permanecerá perdido.
Ahora teoricemos, si el psicoanálisis menciona que no hay sujeto sin ley, por lo tanto, no hay ley sin deseo. En ese sentido, la ley se constituye a partir de un vacío que enuncia la nada a través del lenguaje. Lo anterior, nos llevaría a decir que antes de la ley lo que hay es un real, pues la misma ley no posibilita decir que es la ley. La imposibilidad de decir qué es la ley, hace decir: “la ley es la ley”.
La ley nombra lo prohibido: el deseo, porque representa lo prohibido. En ese sentido, la ley es transgresora en sí misma, porque regula el orden social pero también ordena el goce; por eso intenta matar lo que representa lo femenino, como intento de dar respuesta a un origen de la ley, un origen que en sí mismo es imposible. La mujer entonces está fuera de la ley y la mantiene en tanto se considera aniquilable.
Así entonces, el cometido de traer la teorización desde el enfoque psicoanalítico, es ofrecer una explicación a nivel psíquico de la situación del feminicidio, no únicamente entendiendo la diferencia a nivel anatómico, como esa lectura somera que suele realizarse haciendo equivaler el falo al pene, sino justo como aquello que marca una diferencia psíquica, una ausencia, el significante fálico. Lo cual engarzado a que históricamente se ha encasillado a la mujer como portadora “del deseo” y por lo tanto se presenta la angustia de los hombres por aniquilar lo femenino pues realza el tema de la castración al ser concebido como “eso que les falta”, explicado a través de dos mitos importantes, en dónde fue crucial resaltarel tema de la ley que no solo se instaura a nivel psíquico provocando una ambigüedad sino abriendo paso al campo de la ley en tanto jurisdicción, en donde también va a existir una ambigüedad severa que va a consolidar como fundamental para el paradigma de gobierno del siglo xx: el estado de excepción (Agamben, 2006).
A lo largo del texto se puede establecer una “indiferenciación” en torno a ciertas dicotomías, por ejemplo: veneno-cura, mujer pecadora-mujer virginal, la que perpetra el crimen-la víctima propiciatoria, violencia-ley y cultura-barbarie.
El mito pretende ofrecer a los pueblos la noción de un posible “origen”, donde en esa transmisión hay una historización importante que va legitimando ideas, estereotipos, nociones, etcétera, que están impregnadas de ciertas cuestiones establecidas.
Por lo que al ofrecer una lectura de las concepciones míticas de la figura de la mujer, se hace notar que el fundamento en donde se gesta y legitima una violencia posicionan a “la mujer” en términos de Girard como el chivo expiatorio (aquella figura que tiene que ser sacrificada para “curar” de los males por los que incluso se le culpabilizan).
El paradigma de excepción cobrará sentido, por colocar a los cuerpos en una indiferenciación extrema y colocando al dispositivo jurídico como aquel que mantiene unidos derecho y violencia, una indeterminación entre democracia y totalitarismo.
Para dar mayor solidez al fundamento que antecede, Walter Benjamín (1979), en su escrito tesis de Filosofía de la Historia, fragmentode la tesis VII, indica:
No hay documento de cultura que no sea a la vez un documento de barbarie. Y así como este no está libre de barbarie, tampoco lo está el proceso de la transmisión a través del cual los unos lo heredan de los otros (p. 23).
Justo ese lugar donde cultura y barbarie se funden, es el estado de excepción vuelto regla, pues se vuelven indiferenciales, un umbral, una exclusión inclusiva, la barbarie se excluye de la cultura incluyéndose. Mientras que, la cultura se excluye de la barbarie en su inclusión (Véase figura 1y 2).


Pero cuando la excepción se vuelve regla, nos referimos a que la intersección (E: estado de excepción) se convierte en un solo conjunto, que contiene tanto a C como a B, en una sola esfera como se representa en la siguiente figura:

Nuestra actualidad es este último diagrama, en donde no vivimos fuera de la ley, ni en la barbarie; vivimos donde barbarie y cultura, violencia y derecho, lícito e ilícito, se han vuelto como hemos enfatizado: indiferenciables; aquí estamos, en riesgo, arrastrando el dogma del progreso, proponiendo la aplicación de la ley que ignoramos que por naturaleza se aplica desaplicándose, transmitiendo nuestra cultura como “salvación” sin saber del binomio cultura-barbarie.
Y justo en esa indiferenciación engarzando la lectura que se ha ofrecido hasta aquí, nos hace permanecer en un estado de excepción “eterno”, en donde, siguiendo la lectura del biopolítico italiano, somos homo sacer insertos en una nuda vida, pues cualquiera nos podría dar muerte sin que aquello significara un delito, al igual que en los mitos, la víctima sacrificial es elegida y concebida como la única a la que se puede herir sin peligro porque está en el orden del sacrificio.
Lo que nos lleva a hablar sobre la sacralidad a la que hace referencia en el mito René Girard en su libro Chivo expiatorio, que comparada con la sacralidad en Agamben, es diferente.
La primera hace referencia a una cuestión divina, un cuerpo “dignificado” en el rito. Para Girard (2016) la sangre es lo que ensucia y limpia, lo que hace impuro y lo que purifica, lo que empuja a los hombres a la rabia, a la demencia y a la muerte, y también lo que amansa, lo que les permite vivir (p.10). El hombre golpea, abusa, mata y descuartiza el cuerpo femenino, es decir, lo sacrifica y lo ofrece de alimento al cuerpo social, para darle al grupo poder e identidad.

El sacrificio y el homicidio no se prestarían a este juego si no estuvieran emparentados (Ibíd.; p.11). El sacrificio se presenta servicial ante el orden social, de tal manera que, para el sistema es importante contar con una víctima (chivo expiatorio) en la medida en que todo sujeto que no soporte su falta de identidad, estará dispuesto a cualquier servidumbre a cambio de esta.
El feminicidio entonces, es la corrupción de la carne que muestra el interior del cuerpo, las vísceras, huesos y cartílagos. Si la castración no salvaguarda la diferencia sexual, la posesión fálica puede convertirse en una parda, hosca y estúpida agresión que, lejos de llevar la naturaleza animal al corazón del deseo del hombre, arrastra ese deseo a su desaparición en el maltrato y retorna así de nuevo el sacrificio mortal del otro, es decir, la crueldad (Pereña, 2010).
En cambio Agamben (2006) en la sacralidad de la lógica del estado de excepción, contextualizada en el derecho romano, reza: aquel individuo desterrado por haber cometido delincuencia o haber transgredido una falta en el orden de la ley, era desterrado, así entonces se excluía de las leyes humanas y como su cuerpo no era digno de ser ofrecido a los dioses, se excluía también, de las leyes divinas y por lo tanto no era digno de ser sacrificado, sin embargo cualquiera podía cometer un homicidio sin que este fuese castigado (inclusión); es decir, era un cuerpo al que cualquiera podría darle muerte porque estaría desprotegido de toda ley, pero al que su muerte tampoco tendría el dote de dignificación puesto que el “privilegio” del sacrificio le había sido arrebatado, era entonces, una vida desnuda, un nadie.
Es interesante señalar que aunque ambas sacralidades son diferentes, se juntan en el punto de la indiferenciación entre homicidio y sacrificio.
Ante este marco, lo que se postula es que la cuestión de lo femenino está enclaustrada en una lógica de estado de excepción, representando una figura indiscernible que por un lado, no es “digna” de ser sacrificada porque históricamente se concibe como la desterrada, portadora del mal, bruja, transgresora de la ley, etcétera; pero a la vez, alcanza el carácter de dignificación acatando la categorización de Girard para salvar/curar al mundo de sus males, a través del mito y la ritualización, cuestionando: ¿cuál es el mito que da lugar a esta forma de sacralizar a la mujer a través de la legitimación de la violencia cómo “necesaria”? ¿Qué efectos tiene la ritualización?
El efecto del pharmakon en tanto cura de la violencia, ya no funciona porque pareciera que el mito está “perdido” y la ritualización tiene una suerte de repetir por repetir.
En el acto de aniquilación lo que se trataría de recuperar es un objeto mítico que se cree fue capturado por ese que está ahí enfrente, para culpabilizarlo del mal, de la dificultad para relacionarse con los otros (Zízek, 2009).
La pregunta permanece, por infortunio, haciendo un eco insoportable: ¿Cuántas más son necesarias para salvar a una sociedad que ya olvidó el origen de lo que “persigue”? La culpa se repite, el ritual se repite, la violencia permanece…porque no hay historización, ya que no hay recuerdo; pues lo que se repite en el acto es lo que ha quedado “olvidado”.
Las tres ópticas han permitido observar la realidad desbordante, que por más que se tengan los ojos cerrados, se encuentra lo mismo: catástrofe por todos lados.
En el estado de excepción que vivimos actualmente, se reformulan leyes para lograr un mayor ¿orden social?, controlar el ¿desborde social? Fungir como anestésico para tratar de dar respuesta a lo que se “salió de control”.
Por ejemplo, en la Ciudad de México se inició el proyecto para aumentar la pena de un perpetrador en delitos definidos como feminicidios,2 es un desacierto, pues la ley ha quedado obsoleta ante una sociedad cansada y cotidianamente estresada porque en cualquier momento podrían arrebatarle la vida, pues se ha postulado, vivimos en un estado de excepción.
Así entonces, realizar tareas como describir el delito o definir las características de este, aumentar la condena, etcétera solo cumple con la función de hacer más “ampio” el régimen de la ley, siguiendo a Derrida (1997), indica:
Hay ciertamente leyes que no se aplican, pero no hay ley sin aplicabilidad, y no hay aplicabilidad … sin fuerza, sea esta directa o no, física o simbólica, exterior o interior, brutal o sutilmente discursiva –o incluso hermenéutica–, coercitiva o regulativa, etcétera” (p. 131).
Es decir, desde esta lógica, exigir que se “apliquen” las leyes, es tan absurdo como la paradójica y tremenda vuelta que se da, pues en el absurdo de la negligencia de las leyes gubernamentales, se estará demandando ejercer la fuerza, legitimando la violencia dentro del marco jurídico.
Lo anterior aunado a la poca o nula investigación acerca de la ritualización o desmitificación. Pues cuando detienen a alguien que ha realizado este tipo de delitos, las entrevistas quedan a cargo del personal policial o ministerio público capacitado para sus labores administrativas pero ignorando tanto, como cualquier otro individuo desinteresado sobre el caso.
Es decir, reformular la ley en tanto eso “que ordena”, no resuelve la situación desbordante, pues trabaja en un plano, que inclusive, hace permanecer la lógica de excepción, al indicar que las leyes se aplican, desaplicándose; es decir, hemos quedado desprotegidos de las leyes humanas por la notable negligencia de ellas, sin embargo en cuestión de la ritualización y mitificación se puede decir que hay una historia detrás, que pareciera ocultarse, ignorarse, y entonces en el rito permanece en tanto repetición insensata “sin fundamento”, únicamente reproduciendo.
Se matan tantas mujeres o se trata de aniquilar lo femenino como “limpieza” y depuración de toda la carga que históricamente se le ha dotado, ¿y cómo calmar eso, si se ignora?
No hay historia, hay olvido de origen, pues un pueblo que ignora su historia, no se hace responsable de su presente y permite un distanciamiento de eso que otros hicieron mientras ellos eran ajenos y seguirán siendo las víctimas propiciatorias de algo que se persigue con fundamentos que no se historizan en el presente.
Un pueblo que ignora su origen o trata de reconstruirlo matándose los unos a otros por el puro acto de hacerlo:
“… ha llegado el día en que los hombres se degüellen entre sí por el puro asco de sí mismos” (Liddell, 2012).
Por último, se trae la alegoría Benjaminiana de Angelus Novus, ese ángel quien al perder contacto con su pasado, es incapaz de encontrar su lugar en la historia, el autorcritica que la historia sea conceptualizada con una ceguera optimista, como una simple marcha del progreso hacia algo “mejor”, cuando en contraste el filósofo alemán observa cómo ante nosotros todo lo que acaece se acumula en ruinas, sobre ruinas y más ruinas, provocando una catástrofe inminente en la que los oprimidos quedan sujetos en una línea pero de estados de excepción (Benjamín, 2005, p. 24).

Agamben, G. (2006). Homo sacer. El poder soberano y la nuda vida I. (Antonio Gimeno Cuspinera trad.) España: Pretextos.
Benjamín, W. (2005). Tesis sobre la historia y otros fragmentos, trad. Bolívar Echeverría, México: Los libros de contrahistoria.
Deleuze, G. (1991).Posdata sobre las sociedades de control, En: Christian Ferrer, Conversaciones. Uruguay: Pre-Textos.
Derrida, J. (1997). Fuerza de ley. El fundamento místico de la autoridad, España: Tecnos.
Escohotado, A. (s/a). Magia, farmacia, religión. Recuperado (2019, 10 de agosto) de: http://www.escohotado.com/articulosdirectos/magiafarmaciareligion.htm
Foucault, M. (1968). Contestación al círculo de Epistemología. La historia y la discontinuidad, en: Michel Foucault. El discurso del poder. México: Folios.
Girard, R. (1986). Chivo expiatorio. Barcelona: Anagrama.
Girard, R. (2016). La violencia y lo sagrado. (Sexta edición). Barcelona: Anagrama.
Kohan, W. (2009). Sócrates: el enigma de enseñar. Buenos Aires: Editorial Biblos.
Liddell, A. (2012). El matrimonio palavrakis. Buenos Aíres: LEA.
Martínez, M. (2013). La manzana de adán un estudio sobre la sexualidad: el padre de la horda y la mujer. Revista Errancia UNAM. Litorales 7, N° 5, Septiembre, 2013. (Serie en red). Recuperado de: http://www.iztacala.unam.mx/errancia/v7/PDFS_1/ERRANCIA%207%20-LITORALES%205.pdf
Pereña, F. (2010). De la violencia a la crueldad. Ensayo sobre la interpretación, el padre y la mujer. Madrid: Sintesis.
Zizek S. (2009). Sobre la violencia. Seis reflexiones marginales. (Antonio José Antón Fernández trad.) Barcelona: Paidós.
1. Cabe mencionar que en este texto hablamos del término “mujer” como significante, lo cual no implica que se haga referencia exclusivamente a ella anatómicamente hablando, pues el esquema tradicional: mujer=feminidad se rompe, debido a que ambos al emplearse como significantes, pueden caber en una diversidad de categorías que aluden a la construcción de nuevas posiciones subjetivas en torno a la feminidad.
2. Dictamen con proyecto de Decreto por el que se reforman y adicionan, diversas disposiciones del Código Penal del Distrito Federal y de la Ley de Cultura Cívica de la Ciudad de México (29 de julio de 2019). Gaceta oficial de la Ciudad de México. Ciudad de México: Comisión de Administración y Procuración de Justicia. Congreso de la Ciudad de México, Legislatura I.
Al revisar la literatura científica publicada en torno al tema de barras bravas en distintas bases de datos (Scielo, Redalyc, Dialnet, Scopus y Psycarticles) entre 1986 y 2019, se evidencia un interés preeminente por estudiar cuestiones asociadas a temas como violencia, dinámicas grupales, consumo de sustancias y significados asociados a la identidad. No obstante, de la evidencia de estudios centrados en analizar el rol y participación de las mujeres fue bastante escaso Garton E Hijós (2018), Meier, Strauss, y Riedl (2017) y, para el caso colombiano, prácticamente nulo Ramírez y Restrepo (2017). En función de lo anterior, la presente investigación buscó comprender los significados construidos en torno al rol y la participación de la mujer en el contexto de las barras bravas, por medio de la implementación de un enfoque cualitativo de diseño narrativo. La población participante estuvo compuesta por mujeres y hombres mayores de edad que cumplieran el criterio de participación mínima de un año en el contexto de las barras bravas. Siguiendo los supuestos del diseño narrativo de tópico Mertens, (2010), se implementaron como técnicas de recolección una entrevista semiestructurada con la cual se indagó algunas categorías teóricas emergentes (Relaciones interpersonales, Familia y Territorio), posteriormente se realizó un grupo focal junto con la técnica de foto voz con el objetivo de profundizar en las ideas temáticas (categorías) emergentes derivadas de las narrativas de los participantes. Para el análisis de los datos se empleó el análisis fenomenológico interpretativo, se implementaron estrategias de triangulación entre investigadores, métodos para garantizar la objetividad y credibilidad de las categorías emergentes identificadas. Finalmente se identificaron como temas emergentes cuestiones asociadas a los roles de poder, el cambio en la dinámica de participación hacia formas más integrativas, la búsqueda de formas de participación particular para las mujeres y la lucha por el reconocimiento del papel de la mujer como agente activo dentro del contexto de las barras, más allá del supeditamiento a la voluntad y funciones de los hombres en el mismo contexto.
Palabras clave: Barras bravas., Mujeres., Significados., Rol., Participación.
When reviewing the scientific literature published on the subject of white bars in different databases (Scielo, Redalyc, Dialnet, Scopus and Psycarticles) between 1986 and 2019, there is a preeminent interest in studying issues associated with issues such as violence, group dynamics, substance use and meanings associated with identity. However, the evidence from studies focused on analyzing the role and participation of women was quite scarce Garton E Hijós (2018), Meier, Strauss, and Riedl (2017) and, for the Colombian case, practically null Ramírez and Restrepo (2017). Based on the foregoing, the present research sought to understand the meanings built around the role and participation of women in the context of white bars, through the implementation of a qualitative approach to narrative design. The participating population was made up of women and men of legal age who met the minimum participation criteria of one year in the context of the white bars. Following the assumptions of the Mertens topic narrative design, (2010), a semi-structured interview was implemented as collection techniques with which some emerging theoretical categories (Interpersonal Relations, Family and Territory Relations) were investigated, subsequently a focus group was carried out along with the photo voice technique with the aim of deepening the emerging thematic ideas (categories) derived from the narratives of the participants. For the analysis of the data, the interpretive phenomenological analysis was used, triangulation strategies among researchers were implemented, methods to guarantee the objectivity and credibility of the identified emerging categories. Finally, issues associated with the roles of power, the change in the dynamics of participation towards more integrative forms, the search for forms of particular participation for women and the struggle for recognition of the role of women as active agents were identified as emerging issues. within the context of the bars, beyond the subordination to the will and functions of men in the same context.
Keywords: Hooligans., Women., Meanings., Role., Participation.
La presente investigación comparte las diferentes perspectivas que presentan hombres y mujeres barristas frente a la participación que cumple el género femenino dentro de este grupo social, teniendo en cuenta las concepciones que se han formado a lo largo de la participación femenina en este ámbito, las cuales en los diferentes estudios realizados se centran en actividades de carácter sexual, acompañante, esposa y/o madre únicamente como lo menciona en su investigación Ramírez y Restrepo (2017).
Con respecto a la historia y composición de las barras bravas en América, estas surgen poco a poco, de inicio llega América del sur en la década de los 60, el país con mayor influencia fue Argentina, seguido de Chile, Uruguay, Ecuador, Perú y posterior a esto surgen en América Central, para la década de los 80 llegaron a países como Costa Rica, El Salvador, Nicaragua y Honduras y finalmente llegan a América del norte, en la década de los 90.
En congruencia con lo anterior se añade que la realización de la investigación es de gran aporte en este ámbito debido a que plantea la necesidad de romper con los prejuicios asignados al género femenino no solo en las barras sino en cualquier espacio futbolero, adicional cabe resaltar que los lectores conocerán las percepciones y conclusiones sobre la participación de las mujeres en el grupo social asimismo que tan importante es la permanencia y las dinámicas de ellas dentro de su organización.
Comprender los significados en torno a la participación de la mujer en el contexto de las barras bravas, de hombres y mujeres barristas de la ciudad de Bogotá.
A fin de realizar la contextualización acerca del tema central de la investigación (Barras bravas) se realizó un estado del arte, el cual se consultó mediante cinco base de datos, tres en español (Dialnet, Scielo, Redalyc) y dos en inglés (Scopus y Psyarticles).
De acuerdo a la búsqueda se encontraron 138 artículos, que van desde el año 1986 hasta el 2019, y para una mejor comprensión se clasificaron por continentes: América (95), Europa (36), Asia (3), Oceanía (3), África (1).
Durante la clasificación de artículos se dividieron en las siguientes temáticas. Para violencia 29 (comportamientos agresivos), dinámicas grupales 49 (historia, composición y formación de las barras, identificación política o religiosa), consumo de sustancias 6 (alucinógenas y alcoholizantes), significados 54 (representaciones y percepciones).
Para el caso colombiano se encontraron 26 artículos, 14 enfocados en los significados, no obstante se resalta la investigación de Cardona y Soto (2017) enfocados en el rol de la mujer dentro del contexto de barras bravas.
Por otra parte y de acuerdo con las aportaciones teóricas de autores como Durán (1996) y Wann (1997) citados por Torregrosa y Cruz (2009), se puede resumir algunas de las clasificaciones y términos de los espectadores deportivos como:
Cánticos: Los cánticos y coros escuchados en las tribunas son característicos de todas la barras bravas alrededor del mundo, esta es la forma como los hinchas muestran su apoyo y pasión a su equipo pero adicional a su misión principal, los cánticos según Gándara (2001) y Burgos y Brunet (2000) citados por Castro (2010) sostienen que “Los temas afirmados en los cantos de los hinchas no necesariamente tienen que ver con lo futbolístico, ya que incluyen una diversidad de problemáticas y destacan distinciones de orden político, de sexo y de poder” (p. 135) y a partir de ahí se realiza la construcción de su identidad determinando las formas en las que se producen sus representaciones.
Territorio: El territorio es uno de los términos más utilizados para referirse a la pasión hacia un equipo de fútbol, definiéndose como “El sentido de propiedad, exclusividad o dominio que un grupo tiene sobre un espacio. A través de este sentido, el grupo elabora formas de defensa que pasan por la estructura, relaciones sociales y la definición de símbolos propios” (Clavijo, 2004, p.50), entendiendo esto como algo más que un espacio meramente físico.
Identidad: El término “identidad” proviene del latín identitas, relaciona Castro (2010) que a su vez proviene de ídem. Esta palabra tiene dos perspectivas en las ciencias sociales: la primera hace particular al individuo, ya que presenta la diferenciación entre personas; la segunda generaliza porque homogeniza en un grupo a los sujetos que poseen características similares.
Aguante: Existe un conjunto de investigaciones sobre barras bravas cuyo foco puede identificarse en Argentina los cuales agrupan bajo una idea proveniente de los mismos protagonistas del fenómeno: el aguante, que implica según Castro (2010) la fortaleza para soportar los riesgos de la vida del equipo y de la responsabilidad de ser hincha. Los hinchas fundamentan sus comportamientos y sus actividades a través de un estilo de vida llamado “el aguante”, que permite que la agrupación esté unida bajo los mismos intereses. (p. 144)
Adicional relaciona Elbaum (1998) citado por Castro (2010) plantea que es a través del cuerpo que se construye el aguante, entendido como una manifestación de seguridad, protección y masculinidad en cuanto resiste el sufrimiento y demuestra la forma de un “verdadero hombre”, una masculinidad que ostenta un orgullo.
Símbolos: Los cuales hacen referencia a la construcción de ideas y representaciones elaboradas por los miembros de la barra, como lo son los cánticos, logos, imágenes, banderas, trapos entre otros. Según hace manifiesta Gómez (2012) estos están asociados a la extensión del imaginario y la identidad de los integrantes, generando así un valor y gran importancia para estas, (p.32).
La presente investigación es de tipo descriptivo e interpretativo la cual busca describir fenómenos de un grupo poblacional específico y explicar la ocurrencia de este, basándose en la observación o en la recolección de datos mediante diferentes técnicas que permitan comprender desde la experiencia de los participantes el fenómeno.
Criterios de inclusión
· La muestra estará integrada por mujeres y hombres barristas de equipos colombianos.
· Los participantes deben ser mayores de edad.
· Tener como mínimo un año de permanencia en la barra brava.
· Participar activamente en la barra brava
Criterios de exclusión
· Que se identifiquen como barristas, pero no asistan al estadio.
· Personas que acudan al estadio, pero no pertenezcan a las barras bravas.
· Que hubieran pertenecido a dos barras diferentes.
La recolección de información se realizó a través de entrevistas semiestructuradas, en las cuales el entrevistador tiene la libertad de introducir preguntas adicionales para precisar conceptos u obtener más información complementando las preguntas ya formuladas, además se realizaron dos grupos focales en los cuales se implementaron una cartografía frente al territorio (estadio) en la cual se quería evidenciar (ubicaciones específicas, puntos estratégicos o claves)
De igual manera la investigación contará con la técnica de foto voz como lo menciona Vega, Pérez, Nogueral, Serra (2019):
La cual tiene como objetivo principal introducir a los miembros en la participación comunitaria activa en la investigación, se trata de un “empoderamiento silencioso”, destacando la fotografía por la cual se puede conseguir una imagen instantánea sobre una realidad determinada en un tiempo concreto, denominada “experiencia del shock”. (p.42).
La técnica consiste en que los participantes tomarán cuantas fotografías consideren necesarias para representar la realidad en la que se encuentran (Mujeres en el contexto de las barras bravas) como menciona Vega et. al (2018) “siempre siguiendo las directrices consensuadas con antelación y según la formación previa adquirida, posterior a esto se realizará la recolección fotográfica, el equipo de trabajo debe seleccionar las que mejor representan su realidad, obteniendo un número máximo determinado previamente”, (p.53) las cuales permitan la discusión de preguntas como ¿Qué podemos observar en la foto?, ¿Qué está ocurriendo realmente en la foto?, ¿Que supone lo observado en sus vidas?, ¿Por qué existe dicha realidad o problema?, etcétera.
Basados en el tipo de estudio narrativo, se realizará un análisis del discurso fenomenológico interpretativo, el cual busca examinar la experiencia que vive una persona o un grupo, respecto a un fenómeno en particular, esta realidad toma la forma de creencia y constructos personales. Basados en esto el investigador se sumerge en el discurso obtenido, lo cual le permite el análisis y la interpretación de los datos en una serie de pasos.
Para la realización del análisis se llevaron a cabo cinco fases, se inició con la transcripción de las entrevistas semiestructuradas y los grupos focales, para la segunda fase cada investigador leyó individualmente las transcripciones y subrayó las partes con mayor relevancia para la investigación, en la tercera fase, se diseñaron cuadros en los cuales se transcribieron las frases con mayor relevancia y los comentarios iniciales.
Para continuar con la cuarta fase, se realizó el segundo cuadro, en donde se ubican las temáticas emergentes, para la quinta fase se realizó el agrupamiento de temas teniendo en cuenta similitudes de temas o conceptos y principios, para finalizar el análisis se realizó una triangulación entre investigadores las cual buscó garantizar la objetividad de la investigación y los temas emergentes.
Basados en el análisis anterior y en las categorías que emergieron se realizaron nuevos protocolos con los cuales se realizó el mismo proceso de análisis, buscando la saturación de los temas que emergieron en la primera toma de datos.
Como se ha mencionado con anterioridad, los temas emergentes (familia, relaciones interpersonales y territorio) trabajados parcialmente buscan ahondar en dichas categorías con la finalidad de obtener un acercamiento inicial a la comprensión de la dinámica grupal y la participación de la mujer en dicho grupo. A continuación, se presentan los resultados parciales de cada una de las categorías emergentes:
Familia
En esta categoría se trabajó el papel que desempeña la familia tanto de hombres como de mujeres barristas respecto a su participación en el grupo, teniendo en cuenta que la familia es el primer acercamiento que presenta toda persona como inicio de su proceso de socialización, por lo consiguiente el apoyo por parte de los miembros del núcleo familiar. A la par se hace la mención de que el aspecto familiar no obedece exclusivamente a un grado de consanguinidad.
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Participante # 1 |
Fragmento Entrevista |
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Categoría: Familia |
“Al comienzo, la primera vez que yo fui ellos me pagaron la boleta para entrar al estadio (los amigos de la barra) ya después mis papás desde que yo les contara la situación ellos me daban, me prestaban o ahorraba las onces del colegio”.DM |
Relaciones interpersonales
Esta categoría se enmarca en una característica fundamental de los seres humanos, debido a que los seres sociales, van desarrollando su forma de ser y de relacionarse de acuerdo a las relaciones que va construyendo a lo largo de su vida, además presentan necesidades constantes de pertenecer a un grupo puesto que estos influyen en la identidad, generan apoyo y seguridad.
Esto se logra evidenciar en las barras bravas debido a la necesidad de pertenecer a un grupo o sociedad muchos de estos participantes ingresan, en busca de amigos que compartan un mismo sentimiento o pasión, relaciones sentimentales, un espacio en el cual puedan realizar actividades que socialmente no son bien aceptadas, pero al interior de los grupos si como lo puede ser el consumo de sustancias.
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Participante # 1 |
Fragmento entrevista |
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Categoría: Relaciones interpersonales |
“no se sabe uno se puede encontrar otra barra por el camino, otro bus y uno que hace con ellas, si ellas no son de peleas le toca a uno quedarse ahí cuidándonos, protegiéndonos o arriesgar que les pase algo”. DC |
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Participante # 2 |
Fragmento entrevista |
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Categoría: Relaciones interpersonales |
“Cuando yo entré no era tan nombrada porque eran muy poquitas mujeres que iban a la cancha, pero ya se están llegando más mujeres hay buena participación y ya hablan más y nos tiene más en cuenta para cosas” IRZB |
Territorio
Inicialmente se destacó la categoría territorio, entendiendo esta como una de las causas por las cuales los barristas hombres y mujeres siguen un equipo de fútbol, el territorio comprende un espacio de expresión, representación y pertenencia a la barra, dando a entender este como el lugar de nacimiento de una persona, residencia, costumbres y cultura, entre otras.
El territorio también es clave a la hora de referir encuentros, demarcar murales o grafitis o cualquier otro acto simbólico frente al equipo, por lo que en las entrevistas realizadas se menciona como parte fundamental de respeto y autoridad frente a las demás barras bravas, adicional se resalta que es una de las razones por las cuales se desatan riñas o conflictos pues como se menciona a partir de que el grupo marque como suyo el lugar no se admite que otros integrantes lo compartan.
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Participante # 3 |
Fragmento entrevista |
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Categoría: Territorio |
“Es igual porque aquí uno vive el mismo rigor porque aquí donde se reúne la barra en cualquier momento puede llegar la barra contraria hacer problemas, igual aquí es igual, en todo lugar es la misma relación, el mismo ambiente”. DC |
Teniendo en cuenta el objetivo de la investigación con el cual se buscó comprender los significados en torno a la participación de la mujer en el contexto de las barras bravas, de hombres y mujeres barristas de la ciudad de Bogotá, se evidenció la influencia de tres categorías emergentes iniciales (familia, relaciones interpersonales y territorio) en la dinámica de la barra y en su participación.
Partiendo de la categoría familia es importante mencionar que tanto en hombres como en mujeres dicho aspecto se encuentra dentro de la dinámica del grupo. Además se menciona que cuando la mujer asume el rol de madre, prevalece la familia lo cual influye de tal manera que se disminuye su participación activa en las diferentes actividades del contexto, por otro lado, se evidencia que la familia no solo implica las relaciones de consanguinidad sino también las redes interpersonales que se construyen al permanecer por largo tiempo en un “parche” como ellos mismo definen el grupo de amigos integrante de la barra o grupo específico, considerando así ser una familia la cual les brinda protección y seguridad a los participantes.
Posteriormente en la categoría de relaciones interpersonales, se denota una influencia significativa por parte de los amigos, que de cierta manera empiezan a generar lazos de vinculación en estos contextos, también se ve reflejado en las relaciones sentimentales que se van desarrollando durante los viajes en los cuales se brinda apoyo total a las mujeres por ser las que representan mayor vulnerabilidad al momento de viajar por carretera.
Por último en la categoría territorio, se identifican dos espacios con mayor significado y participación para los barristas, el primero es la tribuna, debido a la ubicación de cada uno de los miembros de la barra y de cómo estos espacios se van ganando por la antigüedad o constancia en el parche, actualmente no se reconoce una ubicación específica para las mujeres en la tribuna, estas tienen la libertad de ingresar para alentar el equipo pero, no tienen contacto con el instrumental ni con los “trapos” los cuales son las banderas alusivas al equipo y el segundo lugar identificado es la localidad o barrio en el cual realizan los encuentros semanales , las reuniones de líderes, los murales o grafitis.
Por otro lado, en las pocas investigaciones encontradas se destacan roles negativos por parte de la mujer, como lo son los roles sexuales, el consumo de drogas, las fiestas entre otros, según lo menciona Ramírez y Restrepo (2017). Por ello en la presente investigación se logró evidenciar que la mujer también asume una participación activa en los diferentes espacios que se generan, como lo son la elaboración de trapos y murales representativos del parche, participan en obras sociales y realización de celebraciones, actividades deportivas como campeonatos de microfútbol entre barras bravas, viajes a las diferentes ciudades para alentar el equipo y en algunos casos en barras específicas forman parte de la instrumental.
Concluyendo así que la mujer ha venido tomando poco a poco posición dentro del contexto, generando un cambio significativo en las dinámicas interactivas lo cual denota mayor participación por parte de ellas en los diferentes escenarios que se presentan, sin embargo, en la actualidad sigue siendo una lucha constante por ser reconocidas como un agente activo dentro de las barras bravas, más allá de los roles socialmente construidos e impuestos por la figura masculina.
Antezana, J. (2003). Fútbol: espectáculo e identidad, Buenos Aires, Argentina: CLACSO.
Castro, J. (2010). Etnografía de hinchadas en el fútbol: una revisión bibliográfica. Maguaré , 24 (1),131-156.
Clavijo, J. (2004). Estudio de barras bravas de fútbol de Bogotá: Los comandos azules. Universitas humanística, (18). 42- 59.
Garton, G., E, Hijós, N. (2018). La deportista moderna: género, clase y consumo en el fútbol, running y hockey argentinos. Antípoda. Revista de Antropología y Arqueología 30, 23-42.
Gómez, Y. (2012)las barras bravas y las representaciones sociales en el caso de estudio del frv pasión de un pueblo representada en un equipo(Tesis pregrado)Santiago de Chile.
Meier, H; Strauss, B y Riedl, D. (2015). Feminization of sport audiences and fans? Evidence from German men’s national soccer tema. International review for the sociology of sport. 52 (6), 712-733.
Mertens, D., (2010). Research and evaluation in education and psychology, United State of America: SAGE Publications, Inc.
Ramírez, E. y Restrepo, J. (2017) El rol de la mujer: una perspectiva sociocultural en el fenómeno del futbol 25 (44), 109 – 126.
Torregrosa, M; Cruz, J. (2009). Entusiastas, aficionados y espectadores: sus valores, motivaciones y compromiso. Cultura, ciencia y deporte 4, (12). 149-157.
Vega, C., Pérez, A., Noguerol, C y Serra, R. (2018). Manejo de la técnica Fotovoz como herramienta comunitaria. SEAPA 6, (3), 42-56.
Con este número de Integración Académica en Psicología, abrimos nuestro octavo año de trabajo. Lo hacemos en una situación convulsa, contradictoria y que nos convoca a la unidad. Un espécimen pre-pitecantrópico en el gigante brasileño; un mercenario en Ecuador; la derechización ganando espacio en el continente. Un golpe de Estado en Bolivia –un golpe además xenofóbico, anti-indígena, sanguinario. Asedio intensificado contra Cuba. El neoliberalismo revendiéndose en un modelo de “compra obligatoria”. Una luz que se reenciende en Argentina, que hay que cuidar. Una América Latina que sangra y sufre, pero se alza, como en Chile, con sus generaciones más jóvenes que han dicho “Basta” y han echado a andar. Como en una Colombia que no quiere ser desmantelada en sus mejores sueños, ansias y derechos.
Por eso, hemos querido abrir este número, dedicando el espacio “Reflexiones desde América Latina” para participar activa y comprometidamente en una problemática fundamental para la psicología latinoamericana: la violencia contra la mujer, el feminicidio, las prácticas excluyentes, devaluadoras y asesinas contra la mujer latinoamericana. Una psicología de este continente, para este continente –su independencia, su desarrollo, su soberanía– no puede dejar de accionar con toda fuerza y constructividad a favor de la mujer latinoamericana.
Asimismo, es necesario pensar que no cambiaremos desde la base el sentido de las prácticas profesionales de nuestra psicología, ni la psicología misma, sin una inserción contundente en los procesos de formación de las nuevas generaciones de psicólogos y psicólogas. El trabajo en torno a la formación de los y las profesionales de la psicología es inherente a la condición misma de existencia de ALFEPSI, y debe estar siempre presente en nuestras reflexiones y actuaciones.
A partir de este número, estaremos publicando los trabajos presentados en nuestro VIII Congreso, realizado en la ciudad de Medellín, Colombia. Nuestra revista, nuestro congreso, nuestros intercambios, han de conformar un cuerpo único sólido, fuerte, coherente, que consolide nuestras luchas a favor de la psicología que nuestro continente demanda y merece.
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Sindicación
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